A indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para a embaixada do Brasil em Washington deve ficar suspensa por pelo menos um ano, segundo o presidente Jair Bolsonaro. No Japão, o presidente indicou que ainda pensa em tentar viabilizar a nomeação do filho até o final do mandato. Com dificuldades para garantir apoio no Senado no momento, Eduardo anunciou na noite da terça-feira, 22, que desistiu de pleitear o cargo de embaixador e que pretende seguir na liderança do PSL na Câmara.

“Quem sabe no futuro a gente volte a esse assunto, mas acho que pelo menos no próximo ano não se discute mais esse assunto”, disse Jair Bolsonaro. O presidente destacou que a indicação de Eduardo, mesmo que fosse formalizada, não seria algo garantido justamente porque depende do aval dos senadores.

“Existiu essa possibilidade de eu indicá-lo (para embaixador) no Senado, não estava garantido porque dependeria de uma sabatina. Eu vinha conversando com ele. A partir do momento em que ele aceitou ser líder do partido (na Câmara), agora ele tem uma tremenda responsabilidade lá no Brasil. Então, parabéns a ele por essa decisão”, declarou o presidente.

Indagado sobre que conselhos daria ao filho no novo cargo, Bolsonaro desejou “serenidade” e “tranquilidade”. “Ele vai ter problemas pela frente, é uma bancada um tanto quanto grande, mas acho que ele tem capacidade pela sua experiência de bem conduzir o partido”, disse.

Na véspera, Bolsonaro havia dito que Eduardo teria de fazer uma escolha entre ser indicado a embaixador ou assumir a liderança do PSL. Bolsonaro também considerou que seria mais estratégico o filho desistir da vaga de embaixador momentaneamente e permanecer no País para “pacificar” a legenda.

Com a desistência de Eduardo, Bolsonaro disse que deve indicar o diplomata Nestor Forster para o comando da embaixada do Brasil nos EUA. Ele é ligado ao chanceler Ernesto Araújo e ao escritor Olavo de Carvalho.