O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, que a oposição ao chamado Marco Temporal faz parte de uma agenda da comunidade internacional para inviabilizar o agronegócio brasileiro. “Se mudar o entendimento passado, de imediato, nós vamos ter que demarcar, por força judicial, uma outra área equivalente à região Sudeste. Acabou o agronegócio”, disse. “Isso é uma política que vem de fora inviabilizar o agronegócio”, completou, após ser questionado por um simpatizante.

Em entrevista a uma rádio pela manhã, Bolsonaro já havia feito críticas sobre o tema. “O Brasil está fadado a viver não sei como, talvez importando alimentos”, sugeriu, mas questionou: “Pagando com o dinheiro? Eu não sei”, disse.

A tese do “marco temporal” prevê que os povos indígenas possam ocupar somente as áreas nas quais já estavam na data da promulgação da Constituição de 1988. O Supremo Tribunal Federal deve se debruçar sobre o tema e poderá rever a posição. Nesta caso, haveria a possibilidade de mais terras serem demarcadas.

‘Índios são uns coitados’

Nesta quarta-feira, 25, grupos representantes de comunidades indígenas protestaram em frente à Corte Suprema em favor da revisão da interpretação jurídica que estabeleceu o Marco Temporal. Segundo Bolsonaro, defendem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por influência de agentes políticos. “Os índios são uns coitados”, disse hoje o presidente aos apoiadores.