O presidente Jair Bolsonaro, internado no Hospital Albert Einstein após uma cirurgia de retirada da bolsa de colostomia, tomou uma “bronca” de médicos por ter realizado uma videoconferência na sexta-feira, 1, com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. A chamada durou dez minutos e foi feita no gabinete provisório que foi montado ao lado do quarto onde o presidente está internado. A orientação da equipe técnica é que ele não fale para evitar a formação de gases que comprometam sua recuperação.

“Eu pedi para não falar nada porque se não vai engolir ar e pode piorar o quadro abdominal, é isso que a gente acha”, disse ao Broadcast Político o cirurgião Antonio Luiz Macedo. Além de falar, médicos não querem que Bolsonaro fique com a televisão ligada para evitar reações emocionais. Ele, no entanto, acompanhou as sessões da Câmara e do Senado no dia anterior. Para este sábado, 2, a ordem foi não assistir ao jogo entre Palmeiras e Corinthians, que ocorre às 17 horas pelo Campeonato Paulista. “Eu pedi para moderar tudo, tomar cuidado porque ainda faltam alguns dias de pós-operatório, não está resolvido ainda o pós-operatório”, afirmou Macedo.

Na última quinta-feira, 31, o porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, admitiu que é difícil para o presidente seguir a recomendação de não falar. “Ele é presidente da República, mas a gente tem que fazer um ‘esforçozinho’ para ajudá-lo também”, comentou o médico, quando perguntado sobre a insistência de Bolsonaro em falar e despachar durante a internação.

Macedo destacou que o quadro de saúde é favorável para a recuperação. “É só tomar cuidado, não falar muito, não fazer esforço e não ser submetido a nenhum estresse psicológico.”