A equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, anunciou nesta segunda-feira (19) quem será o próximo diretor da Petrobras: o liberal Roberto Castello Branco, favorável à privatização da empresa.

Castello Branco foi chamado pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem Bolsonaro garante ter dado “carta branca” para medidas relacionadas ao setor.

Ex-integrante do Banco Central e da Vale, este economista é pós-graduado na Universidade de Chicago, casa do liberalismo econômico moderno onde Guedes, guru econômico de Bolsonaro, também se formou. Sua chegada confirma a orientação para o livre-mercado da futura gestão.

Roberto Castello Branco tem “extensa experiência no setores público e privado (…) já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale, fez parte do Conselho de Administração da Petrobras e desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás”, afirmou Guedes em comunicado.

A Petrobras garantiu que o atual presidente, Ivan Monteiro, deixaria o cargo em 1º de janeiro, data da posse de Bolsonaro. Durante a campanha, Bolsonaro prometeu um amplo plano de privatização para o país.

À época da greve dos caminhoneiros motivada pelos altos preços do diesel, Castello Branco afirmou em coluna no jornal Folha de S. Paulo que a paralisação representava um motivo adicional para privatizar a petroleira.

Já Bolsonaro adotou um tom mais cauteloso em relação à Petrobras. “Alguma coisa você pode privatizar, não tudo. É uma empresa estratégica, e estamos conversando sobre isso”, disse na segunda-feira à imprensa.

Nos primeiros nove meses deste ano, a Petrobras registrou lucro de R$ 23,7 bilhões, quase cinco vezes mais que as de 2017 durante o mesmo período, o melhor resultado desde 2011.