O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aguarda uma resposta da família de Levy Fidelix para saber se vai se filiar ao PRTB. A negociação tem sido conduzida pelos filhos do fundador da legenda após a morte dele, dia 23. O fator que pode determinar uma futura filiação é a disposição do partido de dar carta-branca a Bolsonaro para alterar o comando de diretórios estaduais e ter peso nas decisões da Executiva Nacional.

“Ele (Fidelix) tinha suas posições, era um conservador, era uma pessoa muito parecida comigo nos seus posicionamentos”, disse Bolsonaro, em live, na noite de quinta-feira, 29. “Perdemos uma pessoa realmente que vai deixar saudades em todos nós.”

O presidente repetiu que pretende definir até o fim da semana seu futuro partidário, mas aliados acreditam que essa decisão pode demorar mais. Recentemente, Bolsonaro afirmou que procurava uma legenda para ser “dono”. No caso do PRTB, auxiliares avaliam que não faria sentido ele entrar em uma sigla nanica e não ter o controle interno.

Na terça-feira, Bolsonaro recebeu os três filhos de Fidelix. Levy Filho, Karina e Lívia estiveram no Palácio da Alvorada em uma reunião com a presença de Karina Kufa e Admar Gonzaga, advogados eleitorais do presidente, e do ministro do Turismo, Gilson Machado. Levy Filho, secretário-geral do PRTB, é o principal entusiasta da ideia de filiar Bolsonaro e se dispôs a dar total autonomia a ele. Mas Karina Fidelix resiste. Ela tem pretensões de assumir, junto com o marido, Rodrigo Tavares, presidente do PRTB-SP, o comando da sigla. Os irmãos decidiram que vão debater o assunto e que a resposta final será dada por Aldineia, viúva de Fidelix e atual presidente do PRTB.

Além do PRTB – que abriga o vice-presidente Hamilton Mourão -, Bolsonaro mantém conversas com outras siglas pequenas, como o PMB, que mudou o nome para Brasil 35, e o Democracia Cristã (DC). Antes de dizer que definiria seu destino partidário até o fim deste mês, Bolsonaro estipulou março como prazo para sua decisão. As frustradas negociações para o retorno ao PSL, no entanto, contribuíram para o atraso na escolha.

Auxiliares do presidente disseram ao Estadão que a volta dele ao PSL está descartada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.