O governo Bolsonaro foi apontado em um novo esquema de corrupção ligado a ONGs de fachada. Ao todo, nove entidades sem fins lucrativos que não existem teriam sido beneficiadas com R$ 17 milhões dos cofres públicos.

De acordo com a denúncia, feita pela Revista Crusoé, uma das organizações funciona em prédio que vende artigos de maconha. O esquema, facilitado por emendas parlamentares, teria o objetivo de beneficiar aliados e até mesmo funcionários estrategicamente alocados.

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Um dos endereços investigados é a sede da loja “Cultura Verde”. O estabelecimento recebeu do Ministério do Turismo R$ 1,2 milhão. Abordado pela Crusoé, um funcionário disse que a loja é de tabaco e artigos de maconha.

O valor foi empenhado entre 2019 e 2021 para a realização de atividades voltadas à cultura negra. No entanto, os funcionários dizem nunca terem visto qualquer atividade com essa finalidade. Os funcionários afirmaram ainda que não sabiam do repasse de verba pública.

Uma outra entidade, a Associação Beneficente Ensine Mão Amiga, recebeu R$ 200 mil reais da Secretaria Nacional de Política para as Mulheres, do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. A presidente da ONG é Helieth Dolores Pereira Duarte, ex-funcionária da própria ministra Damares Alves.