Saiu a inflação oficial de 2021. Para completa surpresa de ninguém, e para decepção de todo mundo, ela voltou a ficar acima dos dois dígitos (10,06%), o que não acontecia desde Dilma Rousseff. Três anos deste governo mostram que o País sob Jair Bolsonaro, o JB, é muito parecido ao catastrófico período sob a presidente petista, em especial seu segundo mandato. Dilma jamais conseguiu ficar na meta. Entregou em seus seis anos índices acima do estabelecido (2x), perto de estourar o teto (3x) e fortemente descontrolado (1x), em 2016 – 2,4 vezes acima da meta. Bolsonaro levou menos tempo para entregar uma inflação à lá Dilma. Em três anos, ficou na meta no primeiro (2019), carregando a herança de austeridade do biênio Michel Temer, depois ficou acima (2020) e agora estourou — 2,7 vezes além da meta. Politicamente Dilma e Bolsonaro podem ser os opostos, mas economicamente são siameses.

COVID
Mundo bate recordes

Danilo Verpa

Apesar de uma nova variante da Covid ter sido descoberta no Chipre, a Deltacron, é mesmo a Ômicron que tem agravado os casos da doença pelo planeta. Na segunda-feira (10), o mundo voltou a bater recorde de novos casos em apenas 24 horas: foram 3,280 milhões, segundo dados do Our World in Data. Boa parte deles vem dos Estados Unidos (1,5 milhão). A diferença desta onda para as anteriores é que a gravidade dos sintomas e o número de mortos não acompanham a quantidade de novos casos, o que pode estar vinculado a uma população mais vacinada. Oficialmente foram 6,4 mil óbitos no planeta nas últimas 24 horas — média móvel nos últimos sete dias de 6,3 mil (mesmo patamar de outubro de 2020). No Brasil, a variação de novos casos em sete dias em relação ao número de duas semanas atrás foi de 617% (32 mil), mas a variação de novas mortes ficou muito abaixo: +17% (128 pessoas). A vacinação completa já chegou a 67,8% da população brasileira.

DEDO NA CARA
Militar da Anvisa enquadra Bolsonaro

Bolsonaro tratou todos os militares que o cercam como soldadinhos dóceis e manipuláveis. Mourão, Heleninho, o ministro da Defesa anterior, o ministro da Defesa atual (Braga Netto)… Pazzuelo, então. Tudo corria assim havia três anos, até que no sábado (8) o diretor da Anvisa, Antonio Barra Torres, respondeu a ataques e acusações do presidente em relação à atuação do órgão quanto a decidir pela vacinação de crianças.

Na nota, o general Barra Torres afirmou:

— “Senhor presidente, pautei minha vida pessoal em austeridade e honra. (…) Nunca levantei falso testemunho. Vou morrer sem conhecer riqueza, mas vou morrer digno. Nunca me apropriei do que não fosse meu (…). Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique. (…) Agora, se o senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate.”
A resposta de Bolsonaro, para completa surpresa de ninguém, foi um recuo covarde, além de reiterar as acusações:

— “Me surpreendi com a carta dele. Carta agressiva. (…) Eu não quero acusar (sic) a Anvisa de absolutamente nada. Agora, que tem uma coisa acontecendo, disso não há a menor dúvida.”

ALBERT CARA

“Parte da diplomacia é abrir diferentes definições de interesse próprio” Hillary Clinton, política americana.

CRISE DA UCRÂNIA
Lição para o Itamaraty

Evgeny Biyatov

Depois de três anos jogando a diplomacia no lixo, o Itamaraty deveria acompanhar linha a linha as tensas negociações entre Estados Unidos e Rússia relacionadas à Ucrânia. Na segunda-feira (10), autoridades russas disseram a seus colegas americanos que não tinham planos de invadir a Ucrânia. “Não há razão para temer algum tipo de escalada”, disse Sergei Ryabkov, vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia. Do outro lado, Wendy Sherman, secretária-adjunta de Estado do EUA, disse que as demandas de Moscou, de que a Ucrânia não seja admitida na Otan, não serão atendidas. “Não vamos tomar decisões sobre a Ucrânia sem a Ucrânia, sobre a Europa sem a Europa ou sobre a Otan sem a Otan”, disse. Em outras palavras, ninguém saiu da posição inicial, todos fingem que ganharam e uma invasão da Ucrânia ainda está no tabuleiro.

Euro faz 20 anos

Transações eletrônicas em euro começaram a ser feitas em 1999, mas foi a partir de janeiro de 2002 que as populações de 12 países da União Europeia começaram a usar notas e moedas no dia a dia. Conheça alguns dados deste ativo que ajudou a construir a unidade do continente.