Por Eduardo Simões e Lisandra Paraguassu

(Reuters) – O principal médico do presidente Jair Bolsonaro, Antônio Luiz Macedo, disse nesta segunda-feira, antes de examinar pessoalmente o presidente, que “provavelmente” ele não precisará de uma nova cirurgia.

“Provavelmente, não será necessário cirurgia”, disse o médico ao jornal Folha de S.Paulo, acrescentando que “o quadro é semelhante ao da última vez”.

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Bolsonaro foi internado em um hospital de São Paulo na madrugada desta segunda-feira com um quadro de obstrução intestinal e está passando por exames. Em um boletim médico o Hospital Vila Nova Star informou que não há previsão de alta.

De acordo com o boletim, o presidente estava estável, recebendo tratamento e seria reavaliado na manhã desta segunda. Macedo, que estava de férias nas Bahamas, foi informado do quadro pelos médicos da sua equipe, mas chega ao Brasil apenas às 15h desta segunda.

“O Hospital Vila Nova Star informa que o senhor presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, deu entrada na unidade na madrugada desta segunda-feira, devido a um quadro de suboclusão intestinal. Ele está estável, em tratamento e será reavaliado ao longo desta manhã pela equipe do dr. Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo. No momento, sem previsão de alta”, afirmou o boletim.

No Twitter, Bolsonaro disse que foi levado ao hospital depois de passar mal após o almoço de domingo. Em publicação ao lado de uma foto em que aparece no leito hospitalar, o presidente disse que recebeu uma sonda nasogástrica e que passará por exames para a realização de uma possível cirurgia.

“Comecei a passar mal após o almoço de domingo. Cheguei ao hospital às 3h de hoje. Me colocaram sonda nasogástrica. Mais exames serão feitos para possível cirurgia de obstrução interna na região abdominal”, escreveu.

Bolsonaro estava de férias em Santa Catarina quando, de acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência, sentiu um “desconforto abdominal” e embarcou direto para São Paulo. A previsão inicial era de que voltasse a Brasília apenas na terça-feira.

Essa é a segunda vez que Bolsonaro sofre com o mesmo quadro. Em julho de 2021, depois de 11 dias de crises ininterruptas de soluços, o presidente deu entrada no Hospital das Forças Armadas, de madrugada, com fortes dores abdominais. Em seguida, foi transferido para São Paulo, onde se verificou uma obstrução intestinal.

À época, a equipe médica chegou a considerar a necessidade de uma nova cirurgia, mas depois de uma semana de internação, o quatro foi resolvido com medicamentos.

Desde setembro de 2018, quando sofreu um ataque à faca durante a campanha eleitoral, o presidente já passou por seis cirurgias, quatro delas diretamente ligadas à facada. Entre elas, uma devido a uma aderência intestinal, dias depois da facada, outra para retirada da bolsa de colostomia e uma terceira para corrigir uma hérnia que surgiu no local da cicatriz da primeira cirurgia.

Bolsonaro passou ainda por uma intervenção para retirada de pedras na bexiga e submeteu-se a uma vasectomia, que nunca foi confirmada oficialmente pelo Palácio do Planalto.

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