O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira, 5, que se sente seguro com o serviço prestado pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, comandado pelo general Augusto Heleno. O comentário do presidente foi feito em referência a uma matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo que mostra que sua família e o chamado núcleo ideológico do Palácio do Planalto cobram mudanças no esquema de segurança do presidente – e a transferência da escolta oficial do Exército para a Polícia Federal (PF).

“Estou muito bem com o GSI, do General Heleno, me sinto muito seguro e tranquilo. Não existe segurança 100%, né, infalível. Qualquer presidente de vez em quando sofre algum tipo de atentado, etc, mas confio 100% no general Heleno à frente do GSI”, disse Bolsonaro a jornalistas.

O presidente participou nesta sexta de solenidade de comemoração do 196º Aniversário da criação do Batalhão do Imperador e o 59º de sua Transferência para a Capital Federal. O evento foi realizado no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília.

A pressão pela mudança aumentou desde que um militar da equipe de apoio à comitiva presidencial, no encontro do G-20 em Osaka (Japão), foi preso na Espanha, há dez dias, com 39 quilos de cocaína em uma mala. O caso provocou constrangimento internacional e expôs a disputa, até então velada, pelo controle da área de segurança e inteligência do Executivo.

A proposta de recorrer à Polícia Federal provoca mal-estar entre generais do primeiro escalão e alimenta o confronto dos núcleos civil e militar do governo.

O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse ao jornal que não existem mudanças à vista. “Isso não tem fundamento. A escolta do presidente é sempre adaptada às características do evento”, afirmou.