O presidente Jair Bolsonaro afirmou no final da manhã desta quinta-feira, 5, que “talvez decida hoje à tarde” o escolhido para comandar a Procuradoria-Geral da República pelos próximos dois anos. Acrescentou que “vai apanhar de qualquer maneira”, qualquer que seja o indicado.

“Todos (os candidatos) que conversaram comigo levaram tiro. Mas vou pegar uma pessoa que entendo, como conversado, que ela tenha numa das mãos a bandeira do Brasil e, na outra, a Constituição Federal. Não podemos ter uma pessoa radical na questão ambiental, que aja de uma forma xiita. Não podemos ter uma pessoa que atrapalhe o ministro Tarcísio (Freitas, da Infraestrutura), quando quer rasgar uma estrada. Tem problemas que vem do Ministério Público”, disse Bolsonaro, no Lançamento do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, em Brasília.

A expectativa dos aliados do presidente é de que ele aponte o subprocurador-geral da República Augusto Aras para o cargo. Eles já tiveram uma série de encontros e, segundo uma fonte disse ao jornal O Estado de S. Paulo, podem ter uma nova audiência ao longo do dia no Planalto. Esse possível encontro não é confirmado pela assessoria de imprensa da Presidência da República.

Nos bastidores, no entanto, ministros que auxiliam o presidente no processo de escolha afirmam que o martelo não está batido.

Esses ministros sustentam que não está descartada a recondução da atual procuradora-geral, Raquel Dodge, cujo mandato termina no dia 17. Nessa reta final, também há quem aposte no subprocurador-geral José Bonifácio de Andrada, que foi vice-procurado-geral da República na gestão de Rodrigo Janot.

O procurador-regional da República Lauro Cardoso, embora seja o preferido de alguns ministros, não deve ser indicado porque ainda não atingiu o topo da carreira. O governo foi advertido de que essa indicação poderia se judicializada.

Sobre o perfil do futuro PGR, o presidente também disse ser importante “que tenha perfeita consciência que é poder com superpoderes, mas que, acima de tudo, tem de estar preocupado com desenvolvimento do Brasil”.