Após especulações sobre possível veto ao fundo eleitoral de R$ 3,8 bilhões, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 11, que não depende dele definir valores. “Eu não sou o dono da pauta. Eu não sou o dono das leis. Não tenho como interferir”, afirmou.

Nesta quarta-feira, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que o governo sinalizava vetar o fundo eleitoral de R$ 3,8 bilhões para custear as campanhas eleitorais do ano que vem, mas que líderes do Congresso, entretanto, já admitem reduzir a verba para R$ 2,5 bilhões. A avaliação dos parlamentares é a de que é melhor ter “um pássaro na mão do que dois voando”, demonstrando apoio ao fundo de R$ 2,5 bilhões.

No fim da noite, Bolsonaro afirmou que não mandou recado ao Congresso e que não falou sobre o assunto. O Estado, no entanto, confirmou a informação com líderes das Casas.

Bolsonaro destacou que não há garantias sobre valor futuro e vetos. “Se eu conseguir formar meu partido até 2022. Vamos supor que passe o fundão de 3,8 bi, quanto caberá ao meu partido futuro? Responda aí. Não sabe? Parabéns, é zero”, disse.

O presidente disse que foi “criticado” quando iniciou negociações com ministro e demais autoridades sobre o que “porventura vetar ou não” na época da votação do abuso de autoridade. “Durante a votação eu já sofria críticas, como se eu tivesse poder de interferir e mudar”, observou. Neste sentido, Bolsonaro reiterou que o Legislativo é quem tem a palavra final. “Quem faz lei é muito mais o Legislativo do que o Executivo. A palavra final é deles.”

O presidente lembrou ainda que a maior parte dos vetos sobre o abuso de autoridade foram derrubados. “O Congresso depois derrubou a maioria dos vetos e ficou por isso mesmo. Eu não sou o dono da pauta. Eu não sou o dono das leis. Elas vão para o Parlamento, nascem lá, passam pelas minhas mãos, veto ou sanção. E depois decidem se derrubam o veto ou não”, disse.

Nesta quarta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que reduzir o fundo eleitoral para R$ 2,5 bilhões “é a melhor solução”. “Acho que se a decisão for valor menor para garantir que os recursos não estão atingindo nenhuma área fundamental, acho que é a melhor solução exatamente pela sensibilidade que esse tema tem na sociedade”, disse Maia.