O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira, 26, que países e chefes de Estado “cooptaram” o cacique Raoni, que é crítico à política ambiental e indígena do governo brasileiro. “Alguns países, chefes de Estado, pegaram Raoni, cooptaram Raoni”, declarou.

Bolsonaro afirmou que a recusa de participar de uma reunião sobre a Amazônia com Raoni, em junho, na cúpula do G-20, no Japão, teria sido primeiro motivo de “preocupação” do presidente da França, Emmanuel Macron, com o governo brasileiro. “(Macron) Disse, ‘opa, Brasil mudou de governo. Não é governo de briga, mas também não é de dizer amém pra todo mundo, mudou isso aí'”, disse Bolsonaro.

As declarações do presidente foram feitas em transmissão (“live”) nas redes sociais, ao lado da indígena Ysani Kalapalo, que acompanhou a delegação brasileira na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.

Bolsonaro disse ainda que “abusaram da boa fé do Raoni” e que o cacique “não fala pelos índios”. As falas foram corroboradas por Ysani, que ganhou destaque nas redes sociais ao defender a versão do governo sobre as queimadas na Amazônia.

O presidente voltou a afirmar que não foi “agressivo” nem atacou outros países em seu discurso em Nova York. Ele disse que citou Alemanha e França apenas para comparar o porcentual de terras usadas pela agricultura nestes países e no Brasil.

Bolsonaro disse que busca “parcerias com o mundo” sobre biodiversidade e Amazônia. Também declarou que é preciso tomar medidas sobre estrangeiros que exploram irregularmente terras demarcadas. “Temos de buscar maneiras para deter essas pessoas, identificá-las e tomar providencias.”

O presidente voltou a afirmar que há interesse de outros países em aumentar a área de terras indígenas no Brasil. “No meu governo não vai passar”, disse.

Na “live”, Bolsonaro citou que foram criados 121,3 mil empregos com carteira assinada em agosto, no melhor resultado para o mês desde 2013. “É pouco? É pouco. Mas pegamos a economia destroçada”, afirmou.