Os últimos dias foram movimentados. E não apenas na Amazônia, onde o número de focos de incêndio disparou no acumulado de 2019. Já são mais de 40 mil. Em agosto, inclusive, os satélites monitorados pelo Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registraram 27.497 focos de incêndio no bioma amazônico. Preocupados com o destino do planeta, líderes do G7, grupo dos países mais desenvolvidos no mundo, resolveram ajudar. O presidente da França, Emannuel Macron, anunciou na segunda-feira 26 que o grupo estaria disposto a destinar US$ 20 milhões (cerca de R$ 83 milhões) para o combate às queimadas. Mas o governo brasileiro refutou, após dias de ofensas públicas trocadas entre Jair Bolsonaro e Macron. “Agradecemos, mas talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa. O Macron não consegue sequer evitar um previsível incêndio em uma igreja que é um patrimônio da humanidade e quer ensinar o quê para o nosso país?”, disse Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, ao portal de notícias G1. Na terça-feira 27, no entanto, o governo brasileiro decidiu aceitar um outro tipo de ajuda, do Reino Unido, que selou acordo para a doação de R$ 51 milhões (o equivalente a 10 milhões de libras) para amenizar os problemas na região. Enquanto o presidente brasileiro culpa índios e ONGs pelas queimadas, a Amazônia segue ardendo em fogo e destruição.

(Nota publicada na Edição 1136 da Revista Dinheiro)