Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro decidiu recriar o Ministério do Trabalho, hoje uma secretaria especial do Ministério da Economia, em uma pequena reforma ministerial que planeja fazer e pretende entregar a nova pasta a Onyx Lorenzoni, atual ministro da Secretaria-Geral da Presidência, de acordo com duas fontes ouvidas pela Reuters.

No início da tarde, durante a entrevista para apresentar os dados da arrecadação de junho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou as mudanças sem citar especificamente a criação de um novo ministério.

“Vamos acelerar o ritmo de criação de empregos inclusive com uma reorganização nossa interna. Vamos fazer uma mudança organizacional”, disse Guedes. “São novidades que o presidente deve trazer rapidamente e essas novidades são justamente na direção de emprego e renda.”

A mudança faz parte de movimentos do governo para tentar agradar o centrão em um momento de fragilidade do governo, que enfrente acusações de corrupção, a CPI da Covid no Senado e uma queda drástica na popularidade.

De acordo com uma das fontes, apesar da resistência do ministro da Economia, Paulo Guedes, em dividir sua pasta, ele terminou por concordar em abrir mão do Trabalho.

“O que se disse é que essa é uma área já resolvida”, disse a fonte.

Onyx se reuniu com Guedes nesta manhã na Economia para tratar da mudança, disseram as fontes.

A divisão do Ministério da Economia é uma das cobranças do centrão a Bolsonaro. O grupo de parlamentares que hoje garante a base do governo pedia a separação de áreas como Trabalho e Comércio Exterior.

O próprio presidente confirmou, em entrevista a uma rádio na manhã desta quarta, que fará uma “pequena mudança ministerial”.

Dentre essas alterações está a ida de Luiz Eduardo Ramos para a Secretaria-Geral –daí a necessidade de deslocar Onyx– para abrir a Casa Civil para um nome do Senado. No momento, de acordo com fontes, o nome mais provável é do senador Ciro Nogueira (PP-PI).

Presidente do partido, Ciro é considerado um nome chave para assegurar o apoio ao governo no Congresso.

tagreuters.com2021binary_LYNXMPEH6K0WK-BASEIMAGE