Questionado com frequência por sua política ambiental, o presidente Jair Bolsonaro criou nesta terça-feira (21) o Conselho da Amazônia, com função de coordenar as ações de proteção e desenvolvimento sustentável na região devastada este ano por incêndios florestais.

“Determinei a criação do Conselho da Amazônia, a ser coordenado pelo vice presidente @GeneralMourao, utilizando sua própria estrutura, e que terá por objetivo coordenar as diversas ações em cada ministério voltadas p/ a proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia”, escreveu Bolsonaro em seu Twitter.

O presidente, que desde a sua chegada ao poder há um ano enfraqueceu os órgãos tradicionais de combate ao desmatamento, anunciou também a criação de uma Força Nacional Ambiental com foco na “proteção do meio ambiente na Amazônia”, sem entrar em detalhes.

Pelo Twitter, Mourão agradeceu ao presidente pela função anunciada. “A selva nos une e a Amazônia nos pertence!”, escreveu.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que o presidente determinou “para que haja um efetivo grande de combate aos desmatamento ilegal e às ações ilegais na região”. “É necessário ampliar esse volume de profissionais da área de segurança que se dedicam a essa atividade”.

Bolsonaro considera que as denúncias das ONGs contra a sua política ambiental é fomentada por interesses estrangeiros que têm como objetivo se apoderar dos recursos da Amazônia.

O seu governo pretende apresentar em breve ao Congresso um projeto que visa legalizar a atividade mineradora e a exploração energética nas áreas de proteção ambiental e em terras indígenas.

Na última semana, como relatou a AFP, mais de 600 líderes indígenas se reuniram no estado do Mato Grosso – representando cerca de 45 povos – e denunciaram que o projeto político do atual governo é de “genocídio, etnocídio e ecocídio”.

Segundo representantes dos povos originários e de ONGs, a abertura econômica das reservas indígenas tem sido uma promessa de campanha de Bolsonaro que explicam as escaladas de violência e da pressão dos madeireiros e mineradores sobre as áreas protegidas.

No último ano, o desmatamento da Amazônia aumentou cerca de 85,3% em relação ao ano anterior, chegando a 9.166 km2, segundo dados oficiais do primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro.

Os focos de incêndio, principalmente relacionados ao desmatamento, registraram um aumento de 30%.