Em em 2020, o presidente Jair Bolsonaro emitiu 1.682 declarações falsas ou enganosas, uma média de 4,3 por dia. É o que diz o Relatório Global de Expressão da Artigo-19, organização não-governamental de defesa e promoção do direito à liberdade de expressão e acesso à informação em todo o mundo. No ano anterior, foram cerca de 500 declarações do tipo.

De acordo com o documento, nos últimos cinco anos, o Brasil deixou de figurar entre os países com os melhores índices de liberdade de expressão para ser considerado uma democracia em crise.

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Ataque à imprensa

“Em relação à imprensa, foram registradas 464 declarações públicas feitas pelo Presidente da República, seus ministros ou assessores próximos que atacaram ou deslegitimaram jornalistas e o seu trabalho, nível de agressão pública que não é visto desde o fim da ditadura militar. As violações contra jornalistas e comunicadores somam 254 casos. Deles, quase 50% (123 violações) foram cometidos por agentes públicos, e 18% (46 casos) continham expressões racistas, sexistas ou LGBTQIA-fóbicas”, afirma Denise Dora, diretora-executiva da Artigo 19 no Brasil, em nota divulgada.

Liberdade de expressão

No ano passado, o Brasil registrou 52 pontos na escala de liberdade de expressão, que classifica os países em uma pontuação geral que vai de zero a cem, sendo zero a categoria de um país em crise na liberdade de expressão e cem a de total liberdade. Esta é a menor pontuação brasileira no indicador desde a primeira medição feita em 2010.

Segundo a Artigo 19, a publicação analisa e traz métricas quanto à liberdade de expressão em todo o mundo, refletindo sobre a garantia de direitos de jornalistas, da sociedade civil e de cada indivíduo de se expressar e se comunicar.