O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que assinou um termo de compromisso com o nanico Partido Social Liberal (PSL) para se candidatar à Presidência, está ganhando cada vez mais apoio de seus colegas de parlamento. Com uma intenção de voto de 18 pontos percentuais na corrida eleitoral, Bolsonaro tem seduzido deputados de todas as siglas. “Já contamos com uma base de apoio de 44 deputados federais”, diz o deputado Onyx Lorenzoni (foto abaixo), um dos líderes desse movimento iniciado em outubro do ano passado. “Estamos construindo uma aliança suprapartidária para dar apoio a ele.”

 

Quase três MDBs?

Os parlamentares têm se encontrado com frequência para discutir como aumentar a base de apoio. “Ainda não estamos falando sobre plano de governo”, diz Lorenzoni. A meta é chegar a 100 deputados até maio e a 150 até as eleições de outubro. Detalhe: o partido com a maior bancada na Câmara é o MDB com 59 parlamentares. “Cada deputado vai ajudá-lo no palanque em menor ou maior grau.” Indagado se isso não pode ser classificado como uma traição partidária, Lorenzoni (DEM-RS) vai direto ao ponto. “Nem todos os partidos terão candidatos próprios e, mesmo naqueles que terão, eles são escolhidos pela cúpula. E nem todos estão sintonizados com as cúpulas. Isso faz parte da cultura da política brasileira.”

 

Poder de atração

São vários os motivos que têm atraído os parlamentares para a “base informal” de Bolsonaro. De acordo com Lorenzoni, há três fatores cruciais. O primeiro é a popularidade do candidato. “Ele é um fenômeno, tem apelo, e isso é um atrativo importante.” O segundo seria a sua guinada mais à direita, “um anseio da população”, e o terceiro ponto é a sua posição mais conservadora em relação à família e as declarações que tem feito sobre segurança pública. “As pessoas têm medo de sair nas ruas”, diz Lorenzoni.

(Nota publicada na Edição 1057 da Revista Dinheiro, com colaboração de: Gabriel Baldocchi)