Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) – Em um evento que não foi incluído em sua agenda oficial, o presidente Jair Bolsonaro conclamou um “exército de pessoas do bem, civis e militares”, a se unir e “evitar que roubem nossa liberdade”.

Em insinuações contra o sistema judiciário e eleitoral, Bolsonaro afirmou que “os marginais do passado, hoje usam de outras armas, também em gabinetes com ar condicionado, visando roubar a nossa liberdade”.

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A fala foi feita durante a formatura de cadetes na Academia da Polícia Militar do Barro Branco, em São Paulo. O evento, apesar de oficial e com previsão de discurso do presidente, não estava na agenda oficial, e foi transmitido apenas nas redes sociais pessoais de Bolsonaro.

Segundo Bolsonaro, os “marginais em gabinetes com ar condicionado” a que ele se referiu, “começam culpando a nossa liberdade de expressão, começa fustigando as pessoas de bem, fazendo com que elas desistam do seu propósito”.

“Nós, Forças Armadas, nós, forças auxiliares, não deixaremos que isso aconteça. Nós defendemos a nossa Constituição, a nossa democracia e a nossa liberdade”, continuou. “Cada vez mais esse exército de pessoas de bem, civis e militares, deve se unir para evitar que roubem nossa liberdade.”

Bolsonaro voltou, nas últimas semanas, aos ataques às urnas eletrônicas, ao sistema de votação e à Justiça Eleitoral, levantando dúvidas infundadas sobre possíveis fraudes e insinuando que pode não aceitar o resultado das eleições presidenciais de outubro, quando tentará a reeleição.

Na quinta-feira, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, respondeu indiretamente ao presidente e afirmou que ninguém irá interferir na Justiça Eleitoral e que quem cuida de eleições no país são as “forças desarmadas”.

A fala incomodou Bolsonaro que, à noite, em sua live semanal, respondeu ao ministro e afirmou que as Forças Armadas não estão se metendo nas eleições e que ninguém quer atacar as urnas eletrônicas.

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