Política

O casamento do presidente Jair Bolsonaro com o PSL já não vinha muito bem. Discussões, desânimo, atritos em excesso. Até que, na quarta-feira 9, veio a bomba: Bolsonaro resolveu deixar o partido. O estopim teria sido a declaração dada, na manhã da própria quarta, pelo presidente da legenda, o deputado federal Luciano Bivar, segundo quem a relação de Bolsonaro com o partido estava em estado terminal. “Ele já está afastado”, acrescentou Bivar, referindo-se ao presidente da República, eleito com seu total e irrestrito apoio. Envolvido até o pescoço no escândalo do laranjal do PSL, Bivar, por sua vez, também sofreu ataques de Bolsonaro. A alguns de seus fiéis seguidores, o presidente chegou a dizer que o deputado pernambucano está “queimado pra caramba”. O rompimento de Bolsonaro com o PSL pode significar muito mais do que simplesmente um político que deixa um partido. Sem o apoio da bancada da legenda, o governo deve ter ainda mais dificuldades para aprovar as reformas. E o primeiro teste de fogo de Bolsonaro ex-PSL será aprovar a reforma da Previdência no Senado em segundo turno, cuja votação só deve acontecer no final deste mês.

 

Negócios

Governo desiste de injetar R$ 3,5 bilhões na Eletrobras

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Acabou a alegria dos executivos e acionistas da Eletrobras. Pelo menos, por enquanto. Foi para o buraco o plano do governo federal de injetar R$ 3,5 bilhões na estatal de energia, com a intenção de torná-la mais competitiva e atraente a investidores de olho na desejada privatização. A notícia, divulgada na segunda-feira 7, teve efeito imediato e devastador: as ações da companhia na Bolsa desmoronaram cerca de 6% em apenas um dia. O aporte dos R$ 3,5 bi fazia parte do projeto do governo, incluído numa Medida Provisória (MP) editada em abril, que pretende ressarcir a Eletrobras por despesas com combustíveis realizadas pelas distribuidoras. Sem esse dinheiro, a empresa terá de assumir as dívidas das subsidiárias, assustando novos investidores. Como a Eletrobras faz parte da lista de estatais que precisam do aval dos parlamentares para ser privatizada, o governo já começou a articular reuniões com políticos de vários partidos. E haja conversa.

 

Negócios

União Europeia investiga fusão Boeing-Embraer

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Parecia que estava tudo muito bem em relação à fusão da americana Boeing com a brasileira Embraer, duas gigantes da aviação mundial. Parecia. É que a União Europeia (UE) acaba de abrir investigação sobre o negócio, que, se for concretizado, criará uma companhia com valor estimado superior a R$ 17 bilhões. A Comissão Europeia, que representa o Poder Executivo da UE, diz que há riscos de a fusão “reduzir a concorrência” no mercado de aeronaves comerciais. A decisão tem caráter econômico e político. Afinal, foi divulgada dois dias após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar sanções como parte da disputa comercial dos americanos com a UE. Recentemente, o presidente dos EUA aplicou tarifas de US$ 7,5 bilhões sobre produtos europeus, como contrapartida pelas subvenções dadas por países da Europa à Airbus, que tem sede na França e é a principal concorrente global da Boeing.

 

Entretenimento

Disney entra na briga com Amazon e Netflix

No dia 12 do mês que vem, a Disney estreia no mercado americano de streaming. Batizada de Disney+, a nova plataforma do gigante do entretenimento chega com tudo para brigar com Amazon Prime Video e Netflix. E a companhia fundada pelo insuperável Walt Disney tem como um dos objetivos enfraquecer a concorrência. Para isso, elaborou uma estratégia para conquistar usuários das outras plataformas. A primeira atitude nesse sentido acaba de ser tomada: o comando da Disney proibiu todos as suas marcas em TV por assinatura de exibirem qualquer propaganda da Netflix. Não é pouca coisa. O Grupo Disney controla alguns dos maiores canais do planeta, como ABC, Disney Channel, ESPN, Fox e FX. A direção da companhia abriu exceção apenas para a ESPN, que pode vender espaço publicitário à Netflix. Líder mundial no segmento, a Netflix possui 60 milhões de assinantes nos EUA e cerca de 90 milhões no resto do planeta, fatia na qual estão incluídos os mais de 10 milhões de usuários no Brasil. É esse biscoito que a turma do Mickey quer abocanhar. O pacote mais barato da Disney+ nos EUA custará US$ 6,99, cerca de 22% mais barato do que o plano básico da Netflix (US$ 8,99).

 

Internacional

Reservas cambiais da China caem para US$ 3 trilhões

São cada vez mais nítidos os sinais de desaceleração da segunda maior economia do mundo. Agora, foi a vez de as reservas cambiais da China indicarem que uma nova crise global pode estar a caminho. Em setembro, as reservas do gigante asiático, que são as maiores do planeta, caíram bem mais do que o esperado, registrando redução de quase US$ 15 bilhões. Com isso, o governo de Pequim tem, agora, “apenas” US$ 3 trilhões em reservas cambiais. Os dados foram divulgados no início desta semana, pela agência nacional reguladora de câmbio. Com a guerra comercial travada entre China e Estados Unidos, uma queda já era esperada por especialistas do mercado internacional. O problema é que eles previam recuo de US$ 6 bilhões, ou seja, o tombo ficou 150% maior. É bom os chineses – e o mundo – abrirem os olhos.

 

“Flávio Bolsonaro, pra mim, acabou, não existe. O pai dele ganhou a eleição dizendo que seria intransigente no combate à corrupção”

Gabriel Reis

Major Olimpio, líder do PSL no Senado, criticando a postura do filho do presidente Bolsonaro, que é contra a CPI da Lava Toga

 

Números

133 toneladas – Foi a quantidade de óleo retirada pela Petrobras das praias do Nordeste, tomadas por resíduos de origem ainda desconhecida.

R$ 6 bilhões – Foi o montante sacado da Bovespa por investidores estrangeiros, apenas na primeira semana deste mês. O movimento foi causado pelo receio em relação à economia global

US$ 20 milhões – É quanto a Boeing vai investir na startup Virgin Galactic, que se prepara para realizar viagens espaciais com passageiros no próximo ano.

R$ 2,3 bilhões – Foi o valor total movimentado pela Oferta Pública Inicial (IPO) da Vivara, realizada na terça-feira 8. Cada ação da rede de joalherias foi precificada a R$ 24