O presidente Jair Bolsonaro ameaçou nesta terça-feira(17) publicar “nos próximos dias” uma lista de países que importam madeira ilegal da Amazônia brasileira, incluindo alguns muito críticos de sua postura ambiental.

“Estaremos revelando nos próximos dias (os nomes dos) países que têm importado madeira de forma ilegal da Amazônia e alguns desses países são os mais severos críticos ao meu governo no tocante a essa região amazônica”, declarou o presidente de extrema direita na cúpula virtual do grupo BRICS de potências emergentes.

“Creio que depois dessa manifestação que interessa a todos, porque não dizer no mundo, essa prática diminuirá e muito nessa região”, acrescentou perante os dirigentes da entidade formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Segundo Bolsonaro, que em outras ocasiões denunciou a aparente hipocrisia de seus críticos, essa informação será possível graças a um método desenvolvido pela Polícia Federal (PF) brasileira para identificar o DNA da madeira e determinar sua origem.

Especialistas em meio ambiente e ONGs garantem que o governo de Bolsonaro enfraqueceu os órgãos de controle ambiental e que seu discurso a favor do extrativismo em áreas protegidas promove o desmatamento e os incêndios florestais, que atingiram níveis recordes na Amazônia e em outros biomas, como o Pantanal.

Em 2019, seu primeiro ano de mandato, Bolsonaro recebeu uma onda de críticas internacionais, lideradas pelo presidente francês Emmanuel Macron, pelo aumento alarmante de incêndios na maior floresta tropical do planeta.

Há duas semanas, o vice-presidente Hamilton Mourão fez uma viagem pela Amazônia com embaixadores de oito países, na tentativa de melhorar a imagem do governo Bolsonaro.

A Amazônia promete ser uma questão espinhosa no futuro relacionamento de Bolsonaro com o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, a quem o brasileiro ainda não cumprimentou por sua vitória sobre Donald Trump, aliado do Bolsonaro.

Durante a campanha, Biden ameaçou o governo brasileiro com “consequências econômicas significativas” se continuar a desmatar a Amazônia.