Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) -O presidente Jair Bolsonaro alertou nesta quinta-feira que o Executivo deve promover cortes no Orçamento de cerca de 17 bilhões de reais para cobrir despesas e para arcar com a proposta de reajuste de 5% para servidores, que está em análise.

Ao citar os limites estabelecidos pelo teto de gastos, Bolsonaro afirmou, na tradicional live semanal nas redes sociais, que novas despesas resultariam na necessidade de corte de 10 bilhões de reais no Orçamento do Executivo, enquanto a proposta em estudo pelo governo de conceder reajustes de 5% aos servidores públicos adicionaria 7 bilhões de reais à conta.

“O que apareceu nesta semana de despesa extra agora, fui comunicado nesta semana, entre precatórios, Plano Safra e abono, mais 10 bilhões de reais. De onde virá esse dinheiro?… O que nós somos obrigados a fazer: chegar nos ministérios… e cortar 10 bilhões de reais”, explicou o presidente.

“E mais ainda. A gente se esforça para dar um reajuste, que sei que é pequeno, para os servidores. Uma sugestão, não está batido o martelo, vou deixar bem claro, de 5%. Isso equivale a mais cortes nos ministérios de 7 bilhões de reais”, declarou.

Bolsonaro também mencionou iniciativa em estudo de conceder reajustes maiores a determinadas categorias, caso de membros do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e da Polícia Rodoviária Federal. A estratégia de conceder aumentos diferentes a determinadas categorias já resultou em uma onda de greves no funcionalismo público, atrasando a prestação de serviços do governo.

“Tem várias propostas para atender ali. Por exemplo –não vou dizer que vai acontecer– querem atender ali o policial rodoviário federal para chegar no mesmo nível do agente da Polícia Federal… Uma pequena subida no teto deles. Quase em torno de 1.500 reais. Bem como o pessoal do Depen”, relatou o presidente.

“Daí vem o problema. É o que pode ser feito agora. Várias outras categorias simplesmente assim: ‘Se for dar 10% para o policial rodoviário federal e 30% para o pessoal do Depen, a minha categoria que eu represento… eu também quero 30%, se não eu paro o Brasil’. Esse é o impasse que está acontecendo, não tem recurso. É o que a gente pode fazer de diferenciado, o pessoal do departamento penitenciário e a polícia rodoviária federal”, concluiu.

Bolsonaro aproveitou ainda para manifestar otimismo com a atividade econômica e consequentemente com a arrecadação, o presidente garantiu que haverá recursos no próximo ano.

Disse ainda que há estoque de fertilizantes para a produção agropecuária até o início do próximo ano, a despeito do conflito entre Rússia e Ucrânia ter comprometido o envio desses produtos.

(Edição de Pedro Fonseca)

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