As bolsas europeias operam majoritariamente em alta na manhã desta sexta-feira, em meio a expectativas positivas para o desfecho das discussões comerciais desta semana entre Estados Unidos e China, em Washington.

Negociadores americanos e chineses devem concluir hoje mais uma semana de negociações que têm como objetivo garantir um pacto comercial antes do prazo final de 1º de março.

O Secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, e o Representante Comercial dos EUA, Robert Lighthizer, irão se reunir nesta sexta pelo segundo dia consecutivo com o vice-primeiro-ministro da China, Liu He. Mais tarde, às 16h30 (de Brasília), Liu se encontrará também com o presidente Donald Trump.

Trump vem dando sinalizações desde a semana passada de que deseja fechar um acordo comercial com a China. Na terça-feira (19), ele voltou a sugerir que poderá adiar o prazo do começo de março para que os dois lados cheguem a um entendimento. Se o adiamento não se confirmar, a Casa Branca deverá elevar tarifas sobre mais US$ 200 bilhões em importações chinesas, de 10% para 25%, no dia 2 de março.

Investidores na Europa também ficarão atentos hoje a discursos do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, e de uma série de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Nos últimos dias, tanto o Fed quanto o BCE voltaram a citar – em suas atas de política monetária – preocupações com vários fatores de incertezas, como a tendência de desaceleração da economia global, o risco de protecionismo e a situação do Brexit, como é conhecido o processo para que o Reino Unido se retire da União Europeia.

Segundo relatos, a primeira-ministra britânica, Theresa May, deverá discutir o Brexit durante o fim de semana com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, às margens de uma cúpula de países árabes e a UE, no Egito. Nos últimos dias, parlamentares contrários ao Brexit, tanto do Partido Conservador – de May – quanto do Trabalho – de oposição, abandonaram suas legendas e formaram um grupo independente. A pouco mais de um mês para a data final do “divórcio” do Reino Unido com a UE, 29 de março, May ainda não conseguiu garantir um acordo de Brexit que possa receber o aval do Parlamento britânico.

Indicadores divulgados mais cedo na Europa não chegaram a influenciar os ativos financeiros significativamente.

Dados finais confirmaram que o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha ficou estável no quarto trimestre ante o terceiro, escapando por pouco de uma recessão técnica, visto que a economia da maior economia europeia se contraiu 0,2% entre julho e setembro. Já o índice Ifo de sentimento de empresas alemãs caiu de 99,3 pontos em janeiro a 98,5 pontos em fevereiro, atingindo o menor nível desde dezembro de 2014. Na avaliação do presidente do Ifo, Clemens Fuest, “a economia alemã permanece fraca”.

Na zona do euro, também foi confirmado hoje que a taxa anual de inflação ao consumidor desacelerou de 1,6% em dezembro para 1,4% em janeiro, como havia sido estimado preliminarmente. A leitura final deixou a inflação na zona do euro mais distante da meta do Banco Central Europeu (BCE), que é de taxa ligeiramente inferior a 2%.

No noticiário corporativo, destaque para a Telecom Italia, que teve prejuízo líquido de 1,41 bilhão de euros em 2018, revertendo lucro de 1,12 bilhão de euros do ano anterior, mas decidiu manter o pagamento de dividendos estável, em 2,75 euros por ação. Por volta das 8h (de Brasília), ação da maior empresa de telecomunicações italiana subia quase 3% em Milão.

Às 8h16 (de Brasília), a Bolsa de Londres avançava 0,39%, a de Frankfurt subia 0,61% e a de Paris tinha alta de 0,31%. Em Madri e Milão, os ganhos eram de 0,32% e 0,30%, respectivamente. Já em Lisboa, o índice PSI-20 mostrava baixa marginal de 0,03%. No câmbio, o euro subia levemente a US$ 1,1342, de US$ 1,1337 no fim da tarde de ontem, mas a libra recuava a US$ 1,3025, de US$ 1,3036 ontem. Com informações da Dow Jones Newswires.