As bolsas europeias operam majoritariamente em baixa na manhã desta quinta-feira, com investidores monitorando os desdobramentos da epidemia de coronavírus, uma série de balanços mistos de grandes empresas da região e indicadores da Alemanha e do Reino Unido.

A China relatou uma drástica queda no número de novos casos de coronavírus, mas em razão de uma nova mudança na metodologia de contagem. Foram 384 novas infecções no país ontem e mais 114 mortes. Por outro lado, o Japão anunciou mais duas mortes pela doença e a Coreia do Sul registrou seu primeiro óbito, segundo uma agência de notícias local.

Como parte de esforços para amenizar o impacto econômico do coronavírus, o banco central chinês (PBoC) reduziu hoje suas taxas de juros de referência para empréstimos de 1 ano e 5 anos. No começo da semana, o PBoC já havia cortado o juro da linha de crédito de médio prazo e feito novas injeções de liquidez no sistema bancário.

Nesta madrugada, a Air France-KLM divulgou queda no lucro de 2019 e alertou que o coronavírus irá afetar seu resultado operacional e receita. Por volta das 8h05 (de Brasília), a ação da empresa aérea franco-holandesa caía 3,7% em Paris.

Também desagradou o balanço da Telefónica, que teve prejuízo no quarto trimestre, revertendo lucro de um ano antes. Em Madri, o papel da companhia de telecomunicações espanhola operava em forte queda, de 5%.

Já os informes financeiros da mineradora Anglo American e do banco britânico Lloyds foram bem recebidos. No mercado inglês, a ação da Anglo subia 1,9% e a do Lloyds avançava 2,9%.

Na Alemanha, o índice GfK de confiança do consumidor caiu de 9,9 pontos em fevereiro para 9,8 pontos na pesquisa de março, sugerindo piora do sentimento, e os preços ao produtor (medido pelo chamado PPI) subiram 0,8% em janeiro ante dezembro. No Reino Unido, as vendas no varejo cresceram menos do que o esperado no mês passado.

Logo mais, às 9h30 (de Brasília), o Banco Central Europeu (BCE) divulga a ata de sua última reunião de política monetária, realizada em 23 de janeiro.

Em discurso mais cedo, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, disse que o cenário segue “nublado” e que a zona do euro ainda precisa de forte apoio da política monetária. Guindos também descreveu o coronavírus e seu possível impacto no crescimento como “uma nova incerteza”.

Às 8h23 (de Brasília), a Bolsa de Londres tinha alta marginal de 0,05%, mas a de Frankfurt recuava 0,07% e a de Paris se desvalorizava 0,21%. Já as de Milão, Madri e Lisboa tinham perdas de 0,48%, 0,76% e 0,02%, respectivamente.

No câmbio, o euro cedia a US$ 1,0795, de US$ 1,0810 no fim da tarde de ontem, e a libra seguia a mesma direção, cotada a US$ 1,2857, ante US$ 1,2926 na véspera. Com informações da Dow Jones Newswires.