As bolsas europeias estão sem direção única nesta manhã de quarta-feira, na esteira de dados melhores do que o esperado da China e de olho em indicadores locais e na temporada de balanços dos Estados Unidos. Em Londres, as ações de grandes mineradoras exibem forte desvalorização, após decisão judicial que permitiu à brasileira Vale retomar operações em uma de suas maiores minas.

O Produto Interno Bruto (PIB) chinês teve expansão anual de 6,4% no primeiro trimestre, maior do que o acréscimo de 6,3% previsto por analistas, segundo dados publicados no fim da noite de ontem (pelo horário de Brasília). Além disso, a produção industrial da China deu um salto anual de 8,5% em março, bem acima da projeção de ganho de 6%. As vendas no varejo chinês, por sua vez, avançaram 8,7% na mesma comparação, também superando as expectativas do mercado, de alta de 8,4%.

Os números chineses aliviaram preocupações sobre a tendência de desaceleração da segunda maior economia do mundo, mas também geraram especulação de que, diante dos sinais de recuperação, Pequim poderá começar a reduzir suas medidas de estímulo.

O setor minerador é destaque negativo no mercado inglês, com as ações da BHP e Rio Tinto caindo mais de 2,5% após a Vale obter autorização da Justiça para retomar operações na mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG).

Já o papel do Commerzbank saltava 2,5% em Frankfurt, após relatos de que o holandês ING estaria interessado em comprar o segundo maior banco da Alemanha. O rumor vem num momento em que Commerzbank e Deutsche Bank, o maior banco alemão, negociam uma possível fusão.

A agenda de indicadores da Europa de hoje trouxe dados de inflação da zona do euro e do Reino Unido. No bloco, a taxa de inflação anual desacelerou de 1,5% em fevereiro para 1,4% em março, segundo pesquisa final da Eurostat, que confirmou números preliminares. Já a inflação anual britânica se manteve estável em 1,9% no mês passado, contrariando expectativas de que atingiria 2%.

Também foi divulgada mais cedo a balança comercial da zona do euro, que mostrou superávit mais robusto em fevereiro, de 19,5 bilhões de euros, uma vez que as importações da área caíram em ritmo mais forte do que as exportações.

Investidores na Europa também acompanham balanços corporativos nos EUA. Hoje, PepsiCo, Morgan Stanley e Alcoa divulgam resultados trimestrais.

Às 7h41 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,11%, mas a de Paris subia 0,24% e a de Frankfurt também avançava 0,24%. Em Milão e Madri, os mercados tinham ganhos idênticos de 0,35%, mas o de Lisboa recuava 0,64%. No câmbio, o euro se fortalecia a US$ 1,1306, de US$ 1,1289 no fim da tarde de ontem, enquanto a libra cedia a US$ 1,3047, de US$ 1,3051 ontem, mantendo-se fraca desde a publicação dos dados britânicos de inflação. Com informações da Dow Jones Newswires.