As bolsas europeias operam em baixa generalizada nesta manhã, contaminadas pelo tom negativo dos mercados acionários de Nova York, mas também repercutindo indicadores econômicos e balanços de empresas relevantes da região e à espera da ata de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA).

Ontem, em Wall Street, tanto o Dow Jones quanto o S&P 500 caíram pela primeira vez em sete pregões, depois que o gigante varejista Walmart divulgou resultados trimestrais decepcionantes. Apenas a ação do Walmart sofreu um tombo de mais de 10% em Nova York.

Mais tarde, às 16h (de Brasília), investidores ficarão atentos à ata da reunião de janeiro do Fed, em busca da avaliação do BC americano sobre pressões inflacionárias e as mudanças recentemente feitas na legislação tributária dos EUA. No mês passado, o Fed manteve seus juros básicos inalterados, mas não ofereceu qualquer indício que pudesse desfazer expectativas de que ao menos três elevações ocorrerão este ano se a economia continuar progredindo como se espera.

“Os mercados estão particularmente sensíveis à inflação e achamos que são grandes as chances de que a ata reforce a narrativa de que a inflação ganha força”, comentou Elsa Lignos, chefe global de estratégia cambial do RBC Capital Markets, em nota a clientes.

No começo do mês, preocupações com o avanço da inflação nos EUA e temores de que o Fed eventualmente acelere o ritmo de aperto de sua política monetária levaram as bolsas de Nova York a registrar quedas históricas, movimento que pressionou fortemente as ações globais.

No campo macroeconômico, destaque hoje para o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, que caiu para 57,5 em fevereiro, mas manteve-se em nível elevado após tocar no mês anterior o maior patamar em mais de 11 anos. A leitura acima de 50 indica que a atividade no bloco continua em expansão este mês, ainda que em ritmo mais comedido.

Já no Reino Unido, a taxa de desemprego teve uma alta inesperada pela primeira vez em quase dois anos no trimestre até dezembro, para 4,4%. A previsão de analistas era de manutenção da taxa em 4,3%.

Apesar do mau humor nas bolsas na Europa, algumas ações se destacam positivamente na esteira de balanços animadores. É o caso da Glencore, cujo papel subia mais de 4% em Londres, depois que a mineradora anglo-suíça divulgou um salto no lucro de 2017, para o valor recorde de US$ 5,78 bilhões. E também do banco britânico Lloyds, que avançava quase 2% no mercado inglês, após anunciar alta de 43% no lucro do ano passado, a 3,46 bilhões de libras.

Por outro lado, a companhia elétrica Iberdrola tinha queda de 3,5% em Madri depois de revelar que seu lucro caiu quase pela metade no último trimestre de 2017.

Às 8h25 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,14%, enquanto a de Paris recuava 0,42% e a de Frankfurt perdia 0,81%. Entre mercados europeus considerados periféricos, Madri, Milão e Lisboa tinham baixas de 1,10%, 0,85% e 0,21%, respectivamente. No mercado de câmbio, o euro se enfraquecia a US$ 1,2320, e a libra seguia a mesma direção, cotada a US$ 1,3925. Com informações da Dow Jones Newswires.