As principais bolsas da Europa operam majoritariamente em baixa nesta manhã de quinta-feira, na esteira de dados decepcionantes de manufatura da zona do euro, mas os mercados da região também repercutem balanços e continuam monitorando as negociações comerciais entre Estados Unidos e China e a complicada situação do Brexit, como é conhecido o processo para retirar o Reino Unido da União Europeia.

Pesquisa da IHS Markit divulgada mais cedo mostrou que o chamado índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro subiu para 51,4 em fevereiro, graças ao desempenho positivo do setor de serviços (52,3), mas a indústria passou a se contrair neste mês, com uma leitura abaixo de 50 (49,2), quando a expectativa era de que continuasse se expandindo.

Na esteira dos números do PMI, as bolsas europeias perderam força e o euro passou a se enfraquecer.

Antes disso, Barclays e Anglo American divulgaram balanços. Por volta das 7h30 (de Brasília), a ação do Barclays subia mais de 3% em Londres, em meio a expectativas de que o banco faça recompras de ações e amplie dividendos, mas a da Anglo American caía 0,50%, também no mercado inglês, embora tenha anunciado lucro anual bem maior do que o esperado.

Investidores na Europa e em outras partes do mundo também continuam atentos às discussões comerciais entre EUA e China que acontecem esta semana em Washington. Funcionários de governo de alto escalão de ambos os lados vão se juntar às conversas nesta quinta e devem concluir as discussões amanhã.

O presidente dos EUA, Donald Trump, vem dando sinalizações desde a semana passada de que deseja fechar um acordo comercial com a China. Na terça-feira (19), ele voltou a sugerir que poderá adiar o prazo de 1º de março para que os dois lados cheguem a um entendimento.

A questão do Brexit também permanece no radar. Há relatos de que mais parlamentares do Partido Conservador, da primeira-ministra britânica Theresa May, poderão deixar a legenda. Ontem, três deputadas conservadoras abandonaram o partido e aderiram a um grupo independente formado esta semana por ex-trabalhistas. Tanto conservadores quanto trabalhistas têm se queixado da forma como as negociações do Brexit estão sendo conduzidas. May ainda não conseguiu garantir um acordo de Brexit que possa ser aprovado no Parlamento britânico, embora a data final para o divórcio com a UE, 29 de março, esteja cada vez mais próxima.

O tom negativo na Europa também se segue à ata de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que ontem mostrou seus dirigentes divididos quanto à necessidade de elevar os juros básicos este ano, embora persista uma série de incertezas no horizonte. O Fed, contudo, reiterou que pretende ser “paciente” antes de voltar a ajustar juros. No ano passado, o BC americano elevou as taxas em quatro ocasiões.

Logo mais, às 9h30 (de Brasília), será a vez de o Banco Central Europeu (BCE) divulgar a ata de sua última reunião de política monetária.

Às 7h55 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,66%, a de Paris se mantinha estável e a de Frankfurt tinha alta de 0,23%. Em Madri, o Ibex-35 ensaiava recuperação, com ganho de 0,08%, mas as perdas prevaleciam em Milão (-0,51%) e Lisboa (-0,66%). No câmbio, o euro caía a US$ 1,1342, de US$ 1,1345 do fim da tarde de ontem, mas a libra subia a US$ 1,3069, de US$ 1,3060 ontem. Com informações da Dow Jones Newswires.