As bolsas europeias operam em baixa nesta manhã, em meio a preocupações com a perspectiva do comércio global e após números desanimadores do setor manufatureiro da região. Os mercados locais, no entanto, reduziram perdas em relação às primeiras horas de negócios, possivelmente reagindo a uma tentativa de recuperação do petróleo com a perspectiva de que grandes produtores mantenham os atuais cortes na oferta da commodity.

Investidores estão apreensivos desde que, na quinta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou tarifar em 5% todos os produtos do México no próximo dia 10, numa tentativa de forçar o país a solucionar a questão da imigração ilegal. Ao mesmo tempo, Washington enfrenta dificuldades de finalizar um acordo comercial com a China.

Mais cedo, Trump chegou ao Reino Unido para uma visita oficial de três dias.

Além disso, a última rodada de índices de gerentes de compras (PMIs, na sigla em inglês) industriais europeus mostrou que a manufatura do continente está em contração, não apenas na zona do euro como também no Reino Unido.

Segundo dados da IHS Markit, o PMI da indústria do bloco europeu caiu de 47,9 em abril para 47,7 em maio, permanecendo perto de mínimas em quase seis anos. Apenas na Alemanha, o PMI recuou marginalmente no último mês, a 44,3. Já o PMI britânico foi de 53,1 em abril para 49,4 em maio, ficando abaixo da barreira de 50 que separa expansão de contração.

Às 7h38 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,40%, a de Paris cedia 0,17% e a de Frankfurt recuava 0,22%. Em Milão, Madri e Lisboa, as perdas eram de 0,36%, 0,54% e 0,56%, respectivamente.

No começo da manhã, porém, o ímpeto de desvalorização dos mercados acionários europeus diminuiu à medida que os futuros de petróleo passaram a se recuperar, chegando a subir mais de 1% em Nova York, após relatos de que o ministro de Energia da Arábia Saudita, Khalid al-Falih, está confiante de que a Opep+ chegará a um consenso para estender os atuais cortes em sua produção para o segundo semestre do ano. A princípio, o acordo de redução na oferta é válido apenas para a primeira metade de 2019.