As bolsas europeias operam em baixa na manhã desta terça-feira, em meio a dúvidas sobre as chances de Estados Unidos e China chegarem de fato a um acordo comercial. Investidores também acompanham os desdobramentos do Brexit, após relatos de que a primeira-ministra britânica, Theresa May, estaria considerando um plano para adiar a data do divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia, que está marcada para 29 de março.

Ontem, os mercados da Europa se valorizaram depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, confirmou no fim de semana que irá adiar a elevação de tarifas sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses, diante do “progresso substancial” feito entre os dois lados em recentes negociações comerciais.

Hoje, porém, a tendência parece ser de realização de lucros em meio à especulação de que EUA e China podem simplesmente não conseguir fechar um pacto comercial, como admitiu o próprio Trump no domingo.

No noticiário corporativo, o banco britânico Standard Chartered é destaque negativo, com queda de mais de 2% na bolsa inglesa, após divulgar lucro líquido menor do que o esperado em 2018, de US$ 618 milhões, 20% abaixo do resultado do ano anterior.

Também no Reino Unido, há crescentes rumores sobre um possível adiamento do Brexit. Segundo a Bloomberg, May estaria considerando a possibilidade, o que ajudou a libra a atingir máximas em um mês nos negócios de hoje. Também sustenta a moeda britânica notícia de que o Partido Trabalhista britânico, de oposição, apoiaria um eventual segundo plebiscito sobre o Brexit. A premiê deverá fazer nesta terça um pronunciamento no Parlamento sobre as negociações do Brexit.

A agenda de indicadores da Europa de hoje está leve e traz apenas o índice GfK de confiança do consumidor da Alemanha, que ficou em 10,8 pontos na pesquisa de março, mantendo-se inalterado em relação ao nível de fevereiro. Na avaliação do instituto GfK, porém, os “consumidores sentem que o risco de a economia alemã entrar em recessão novamente aumentou de forma tangível nas últimas semanas”.

Mais tarde, a partir das 11h45 (de Brasília), as atenções vão se voltar para uma sabatina do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, pelo Senado americano. Agora há pouco, durante audiência no Parlamento britânico, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês), Mark Carney, comentou que os fundamentos da economia do Reino Unido são sólidos.

Às 7h36 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 1,18%, a de Frankfurt recuava 0,14% e a de Paris cedia 0,28%. Já as de Milão, Madri e Lisboa perdiam 0,06%, 0,40% e 0,17%, respectivamente. No câmbio, a libra subia a US$ 1,3205, de US$ 1,3102 no fim da tarde de ontem, enquanto o euro se mantinha praticamente estável, negociado a US$ 1,1362, ante US$ 1,1364 ontem. Com informações da Dow Jones Newswires.