As bolsas europeias operam em baixa na manhã desta terça-feira, na esteira de balanços financeiros piores do que o esperado do HSBC e da BHP e à espera de novidades de mais uma rodada de negociações comerciais entre Estados Unidos e China.

O HSBC, maior banco da Europa, divulgou mais cedo alta de 16% no lucro antes de impostos de 2018, mas o resultado ficou abaixo da previsão de analistas. Em Londres, a ação do HSBC caía mais de 4% por volta das 7h20 (de Brasília). Em Hong Kong, o papel do banco – que tem foco na Ásia -, fechou em baixa de 2,3%.

Já a anglo-australiana BHP, maior mineradora do mundo em valor de mercado, ampliou seu lucro líquido no primeiro semestre fiscal (encerrado em dezembro), mas teve queda no ganho subjacente do período, que também ficou aquém das expectativas. No mercado inglês, a ação da BHP recuava 1,1% no horário acima.

Investidores na Europa mostram cautela antes da retomada das discussões comerciais entre EUA e China. Após as reuniões da semana passada em Pequim, delegações dos dois países voltam a conversar a partir de hoje, em Washington. As negociações entre funcionários de alto escalão, no entanto, só ocorrerão na quinta e sexta-feira.

Americanos e chineses têm até 1º de março para tentar fechar um acordo comercial, antes que a Casa Branca eleve tarifas sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses, de 10% e 25%. O presidente dos EUA, Donald Trump, no entanto, admitiu na semana passada a possibilidade de estender o prazo se os dois países se aproximarem de um pacto comercial que reverta a troca de punições tarifárias iniciada em meados do ano passado.

A agenda europeia de indicadores de hoje tem como destaque o índice ZEW de expectativas econômicas da Alemanha, que subiu de -15 em janeiro para -13,4 em fevereiro. O chamado índice para as condições atuais medido pelo ZEW, por outro lado, diminuiu de 27,6 para 15 no mesmo período.

No Reino Unido, foi divulgado que a taxa de desemprego do país ficou inalterada em 4% no trimestre até dezembro, o menor nível em quatro décadas.

Por causa do iminente Brexit, como é conhecido o processo para que o Reino Unido saia da União Europeia, a montadora japonesa Honda anunciou hoje que vai fechar sua fábrica britânica em Swindon e transferir a produção para a América do Norte e outros países. A unidade produz 150 mil carros anualmente e emprega 3.500 pessoas.

Ontem, sete parlamentares abandonaram o Partido Trabalhista britânico, de oposição, por discordar da forma como o líder da legenda, Jeremy Corbyn, vem lidando com a questão do Brexit. O grupo dissidente queria que Corbyn iniciasse uma campanha para a realização de um segundo plebiscito sobre a permanência ou não do Reino Unido na UE. O prazo final para que o Brexit ocorra é 29 de março.

Às 7h50 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,39% e a de Paris recuava 0,26%, mas a de Frankfurt ensaiava recuperação e subia 0,10%. Em Madri, as perdas eram de 0,29%, em Milão, de 0,50%, e em Lisboa, de 0,18%. No mercado cambial, o euro se enfraquecia levemente, a US$ 1,1311, de US$ 1,1317 no fim da tarde de ontem, e a libra seguia a mesma direção, cotada a US$ 1,2921, ante US$ 1,2930 na véspera. Com informações da Dow Jones Newswires.