As bolsas de Nova York tiveram hoje o pior pregão em quase três meses, em meio a preocupações de que uma nova onda de coronavírus possa atrasar a já incerta recuperação da economia.

O índice Dow Jones encerrou em queda de 6,90%, a 25.128,17 pontos, o maior recuo percentual desde 16 de março. O S&P 500 cedeu 5,89%, a 3.002,10 pontos, enquanto o Nasdaq perdeu 5,27%, a 9.492,73 pontos. As perdas foram generalizadas, mas a ação da Boeing apareceu como destaque negativo, com tombo de 16,42%. Os bancos também registraram baixas consideráveis, com o Bank of America recuando 10,04%, o Citigroup caindo 13,37% e o Goldman Sachs desabando 9,08%.

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Desde o início do dia, o quadro foi de aversão ao risco, ainda repercutindo as previsões pessimistas do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para a atividade econômica norte-americana. Ontem, após decisão de política monetária, a autoridade monetária projetou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país encolherá 6,5% este ano e que a taxa de desemprego ficará acima de 9%.

Pela manhã, o Departamento de Trabalho dos EUA informou que os pedidos de auxílio-desemprego tiveram queda de 355 mil na semana passada, a 1,595 milhão, prosseguindo movimento descendente, mas ainda na casa do milhão.

À tarde, os principais índices acionários aprofundaram o mergulho, em meio a novos dados sobre a pandemia de coronavírus. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA revelou que o número de novos casos teve alta de 20 mil, mais que o avanço de cerca de 17 mil na atualização anterior. Texas, Califórnia e Flórida são alguns dos Estados que vêm registrando aumentos mais consideráveis nos diagnósticos.

“Os ganhos do mercado de ações estão lentamente sendo aniquilados à medida que a segunda onda de coronavírus atinge os EUA”, explica o analista de mercado financeiro da Oanda, Edward Moya.

Com a piora no cenário, o índice VIX, espécie de termômetro do medo em Wall Street, 47,95%, a 40,79 pontos.