As bolsas de Nova York fecharam em queda nesta terça-feira, 18, em meio a balanços trimestrais abaixo do esperado – Goldman Sachs e Johnson & Johnson -, o que renovou a preocupação de que a avaliação do mercado pode não ser apoiada pela atividade econômica. Além disso, as tensões entre os EUA e a Coreia do Norte continuam no radar, o que tem afugentado os investidores dos mercados de risco.

O índice Dow Jones terminou em baixa de 0,55%, aos 20.523,28 pontos; o Nasdaq caiu 0,12%, aos 5.849,47 pontos; e o S&P 500 caiu 0,29%, aos 2.342,19 pontos.

Entre as maiores quedas do dia, destaque para as ações do Goldman Sachs (-4,7%) – que obteve lucro por ação de US$ 5,15 no primeiro trimestre, abaixo da estimativa de US$ 5,31 – e Johnson & Johnson (-3,1%), que registrou queda nas vendas no primeiro trimestre. A performance negativa do Goldman Sachs pressionou todo o setor.

Separadamente, as ações da Netflix recuaram 2,6% em meio a preocupações sobre a capacidade da empresa para atrair e reter novos usuários.

Além disso, o mercado reagiu com cautela em relação às tensões entre a Coreia do Norte e os EUA. Os investidores aumentaram a procura por ativos considerados seguros – como os juros dos Treasuries e o iene – depois que o jornal britânico The Guardian disse que as Forças Armadas dos EUA estão considerando derrubar os testes de mísseis da Coreia do Norte, como uma demonstração de força para Pyongyang.

O mau humor na Europa também refletiu em Wall Street. Por lá, as bolsas amargaram perdas, após o anúncio surpresa da premiê britânica de convocar antecipadamente as eleições no país para 8 de junho na tentativa de fortalecer a posição do governo do Partido Conservador nas negociações da saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

Voltando para Nova York, perto do fim do pregão, o presidente americano, Donald Trump, discursou em Wisconsin, onde assinou um decreto que direciona uma ampla revisão no governo para reforçar as diretrizes de “compre produtos americanos” e “contrate americanos”. O documento pede que as agências federais aumentem a fiscalização para empresas de tecnologia norte-americanas que contratam trabalhadores estrangeiros com mão de obra altamente qualificada, dentro do programa de vistos H1-B.

Apesar de o decreto visar a revisão deste programa, ele não deve restringir com força a entrada desse tipo de trabalhador nos EUA. Diante disso, o índice Nasdaq reduziu as perdas vistas mais cedo, após a melhora da percepção por parte do setor de tecnologia, uma vez que havia rumores de que o decreto seria muito rígido com o programa de vistos H1-B, que tem como objetivo trazer para o país trabalhadores com mão de obra altamente qualificada, que atuam principalmente no Vale do Silício. (Com informações da Dow Jones Newswires)