As principais bolsas da Europa operam em alta, recuperando-se após uma abertura negativa, após ontem o índice pan-europeu Stoxx 600 atingir a mínima de fechamento desde abril. Apesar do movimento em geral positivo neste momento, as praças do continente continuam a ser contidas pela preocupação com o comércio global, já que os Estados Unidos podem anunciar ainda nesta semana, ou mesmo hoje, uma nova tarifa sobre US$ 200 bilhões em produtos da China. Nesse contexto, no câmbio o euro e a libra não estavam muito distantes da estabilidade.

O índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,14%, a 376,21 pontos, às 6h40 (de Brasília).

Ganhos do petróleo, que mostra mais fôlego após cair na madrugada, e do cobre apoiavam ações do setor de energia nesta manhã. A petroleira BP subia 0,73% em Londres, a Total avançava 0,11% em Paris e a Eni tinha ganho de 0,39% em Milão.

No setor bancário, por outro lado, não havia sinal único. Commerzbank caía 0,44% em Frankfurt, BNP Paribas avançava 0,80% em Paris, Santander cedia 0,36% em Madri e UniCredit tinha alta de 0,94% em Milão.

A praça italiana estava entre as maiores altas, embora sem tanto impulso, ainda beneficiada pelos sinais do governo local de que cumprirá as metas de endividamento da União Europeia em seu próximo orçamento. Já Madri era exceção e recuava, pressionada por algumas ações importantes do mercado local: além do já citado Santander, Inditex caía 0,36% e Telefónica, 0,94%. A companhia do setor de telecomunicação teve de pagar um retorno alto, de 1,495%, para emitir ontem um bônus de 7 anos de 1 bilhão de euros, segundo o Bankinter. O motivo para isso, segundo o banco, é a exposição da empresa aos mercados latino-americanos, que enfrentam um quadro de depreciação cambial.

Na agenda de indicadores, as encomendas à indústria da Alemanha recuaram 0,9% em julho ante junho, contrariando a previsão de alta de 1,7% dos analistas. O resultado foi influenciado justamente pela demanda externa, em momento de cautela com o quadro global, sobretudo com as tensões comerciais entre EUA e China. Como o governo de Donald Trump poderia anunciar já hoje a nova tarifa contra produtos chineses, o tema deve ser um freio para investidores também na Europa.

Às 6h56 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,06%, Frankfurt avançava 0,09% e Paris tinha alta de 0,28%. Milão subia 0,31%, Madri caía 0,55% e Lisboa ganhava 0,04%. No câmbio, o euro caía a US$ 1,1624, de US$ 1,1632 no fim da tarde de ontem, e a libra avançava a US$ 1,2934, de US$ 1,2906.