As principais bolsas europeias operam sem sinal único na manhã desta segunda-feira, em um quadro de volatilidade, de olho no noticiário sobre o comércio global, sobretudo, mas também em questões locais. Investidores mantêm certa cautela, após relatos do fim de semana de que os Estados Unidos estariam perto de anunciar nova tarifa contra a China, agora sobre US$ 200 bilhões em produtos da nação asiática, enquanto Pequim estaria reticente em dialogar com os americanos, nesse contexto. Na Europa, uma notícia da Itália agrada investidores por mostrar mais compromisso do governo local com o controle dos gastos públicos e a leitura final da inflação ao consumidor da zona do euro em agosto não trouxe surpresas.

As novas notícias do fim de semana, divulgadas pelo Wall Street Journal, levaram a tensão comercial de novo ao foco. Embora não esteja claro se e quando as decisões podem se materializar, a cautela já é suficiente para prejudicar o apetite por risco. Mais cedo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou que aumentaram as “nuvens no horizonte” da economia global, citando o comércio como risco, o que pode ser um prenúncio de corte nas projeções de crescimento econômico do Fundo, em sua revisão prevista para outubro.

O FMI também destacou os riscos no processo da saída do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit. Em relatório, o Fundo disse que uma retirada britânica sem um acordo representaria um prejuízo “severo” para a economia do país, afetando também, em menor grau, o próprio bloco. O FMI ainda recomendou que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) não tenha pressa em elevar os juros, nesse contexto, agindo apenas quando houver sinais claros de pressão inflacionária.

No câmbio, o euro e a libra avançam nesta manhã, o que tende a pressionar ações de exportadoras no continente.

Na Itália, ainda assim a jornada era relativamente positiva na bolsa local, após a notícia do Corriere della Sera de que o ministro da Economia, Giovanni Tria, teria vencido uma queda de braço dentro da coalizão governista e garantido que o déficit do próximo ano não será superior a 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) italiano, dentro dos padrões da UE, portanto. A notícia provocou recuo no juro do bônus da Itália, o chamado BTP, e o assunto deve seguir em foco até que algum documento mostre de fato o consenso final dentro do governo sobre o assunto.

Na agenda de indicadores, a leitura final do dado mostrou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro subiu 2,0% em agosto, na comparação anual, como previsto pelos analistas. O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, teve alta de 0,2% em agosto ante julho e de 1,0% na comparação anual, também sem surpresas.

Às 6h57 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,40%, Frankfurt recuava 0,44% e Paris tinha baixa de 0,33%. Por outro lado, Milão subia 0,26%, Madri avançava 0,23% e Lisboa tinha ganho de 0,31%. No câmbio, o euro subia a US$ 1,1648, de US$ 1,1634 no fim da tarde da sexta-feira, e a libra avançava a US$ 1,3096, de US$ 1,3064.