As bolsas europeias operam em queda nesta manhã, novamente pressionadas pelos desdobramentos nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Em discurso na noite de ontem, o presidente americano, Donald Trump, disse que os chineses “romperam o acordo”, enquanto o governo chinês prometeu hoje retaliar caso seja levada adiante a ameaça de Trump de impor mais tarifas contra produtos do país asiático já nesta sexta-feira. Nesse quadro, balanços corporativos foram monitorados, mas a atenção maior foi para a tensão sino-americana.

Por volta das 7h20 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 0,86%. Analistas apontam que todos os olhos estão voltados para Washington, onde ocorre nesta semana nova rodada de negociações, hoje e amanhã com a presença do vice-premiê chinês Liu He. O anúncio de domingo de Trump de que pretende elevar tarifa sobre produtos chineses já nesta sexta-feira e de que ele ainda pode impor mais tarifas em breve ainda gera cautela. Nesta quinta-feira, o Ministério do Comércio chinês advertiu que retaliará, caso a ameaça se concretize.

Ações de montadoras são pressionadas na Europa. Investidores têm em mente que em breve os EUA devem se pronunciar sobre a questão das importações de carros, com a possibilidade de que Trump invoque questões de “segurança nacional” para reduzir essas compras, penalizando as empresas europeias. Nesta manhã, o papel da Volkswagen recuava 1,81% em Frankfurt, o da Fiat cedia 2,60% em Milão e Peugeot recuava 1,97%.

No setor de energia, BP cedia 1,73% em Londres e Total caía 0,23% em Paris, enquanto o petróleo oscilava perto da estabilidade, mas também influenciado pelo temor sobre a demanda mais adiante, com os desentendimentos no comércio entre as duas potências.

Na agenda de balanços, a ação do UniCredit subia 0,23% em Milão, após o banco ampliar seu lucro em 25% no primeiro trimestre, a 1,39 bilhão de euros (US$ 1,56 bilhão), acima da previsão de 1,29 bilhão de euros dos analistas. Por outro lado, ArcelorMittal caía 5,18% em Bruxelas, após registrar forte queda em seu lucro, a US$ 414 milhões no primeiro trimestre.

Às 7h43 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,35%, Frankfurt recuava 0,81% e Paris, 1,20%. Milão tinha queda de 0,93%, Madri de 0,83% e Lisboa, de 1,05%. No câmbio, o euro caía a US$ 1,1186, de US$ 1,1196 no fim da tarde de ontem, e a libra recuava a US$ 1,2980, de US$ 1,3005.