As bolsas europeias mostram certa volatilidade nas primeiras horas de negócios, com algumas delas oscilando entre ganhos e perdas. A praça londrina se destaca, com ações de exportadoras apoiadas pela fraqueza da libra, enquanto investidores esperam novidades da política do Reino Unido e do complexo processo para a saída do país da União Europeia, o Brexit.

Por volta das 7h (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 subia 0,30%, a 379,76 pontos. As negociações comerciais entre Estados Unidos e China são monitoradas, mas sem novidades oficiais nas últimas horas.

O Reino Unido continua em foco. Às 8h, a premiê Theresa May fala ao Parlamento, em meio a notícias da imprensa local de que aumenta a pressão entre seu Partido Conservador para que ela deixe o poder em breve. May apresentou ontem uma nova proposta para se chegar a um acordo no Brexit, mas o líder do oposicionista Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, afirmou que se trata de um “plano requentado” e negou seu apoio. Com as incertezas, a libra voltou a atingir mais cedo mínimas desde meados de janeiro em relação ao dólar, o que ajuda as ações de exportadoras britânicas.

Na agenda de indicadores, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido avançou 2,1% em abril, na comparação anual, abaixo da previsão de alta de 2,2% dos analistas. O resultado continuou, portanto, acima da meta do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), de 2%. O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 1,8% no ano em abril, abaixo da previsão de 1,9% dos analistas. Para Rupert Thompson, diretor de pesquisas da Kingswood, a inflação não deve ser suficiente para fazer o BoE elevar os juros agora, diante das incertezas com o Brexit.

Entre algumas ações em foco, Commerzbank recuava 1,17% em Frankfurt, após o comando da empresa informar que não ficou satisfeito com a rentabilidade obtida no primeiro trimestre, mas dizer que pretende pagar em 2019 dividendo comparável ao do ano anterior. Em Londres, Marks & Spencer Group caía 5%, após a varejista registrar forte queda em seu lucro anual antes de impostos.

Além das dificuldades no Brexit, na frente política investidores aguardam também os resultados da eleição no Parlamento Europeu, que ocorre a partir de amanhã até domingo. A AXA Investment Managers aponta que as urnas devem mostrar também como está o equilíbrio de poder na Itália, bem como sinalizar a transição de poder na Alemanha com a saída já esperada mais adiante da chanceler Angela Merkel.

Às 7h04 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,46%, Frankfurt avançava 0,37% e Paris tinha alta de 0,14%. Milão recuava 0,09%, Madri subia 0,39% e Lisboa tinha baixa de 0,13%. No câmbio, o euro subia a US$ 1,1167, de US$ 1,1163 no fim da tarde de ontem, e a libra recuava a US$ 1,2670, de US$ 1,2703.