Os mercados acionários europeus fecharam sem direção única nesta quarta-feira, 11, com destaque para os fortes ganhos registrados na bolsa de Madri, após o tom moderado adotado pela liderança da Catalunha para negociar com o governo central espanhol a independência da região.

O índice pan-europeu Stoxx-600 fechou em baixa de 0,02% (-0,06 ponto), aos 390,10 pontos.

Sem indicadores divulgados nesta quarta-feira, os investidores voltaram a digerir o noticiário político europeu, com destaque para as tensões políticas na Espanha envolvendo o governo central de Madri e as lideranças regionais catalães. Na terça-feira, o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, anunciou que o povo da região tem o direito à independência, mas suspendeu os resultados do plebiscito realizado em 1º de outubro para tentar negociar a situação da Catalunha com o governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy.

O movimento foi interpretado pelos investidores como um resfriamento da crise política na Espanha, considerada a pior em quatro décadas, e um passo atrás diante de uma possível divisão do país. Apesar disso, o analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do London Capital Group, afirmou que o tom de Rajoy para lidar com a crise irá importar, já que “uma forte oposição poderia dar continuidade à escalada de tensões. Do ponto de vista espanhol, é um fato que o governo catalão cruzou a linha executando um plebiscito que foi considerado ilegal”.

Nesse contexto, o índice Ibex-35 fechou em alta de 1,34%, aos 10.278,40 pontos. Entre as instituições financeiras, os bancos catalães baixaBank (+0,32%) e Banco de Sabadell (+1,20%) se destacaram, com o Santander subindo 0,64% e o BBVA ganhando 2,43%. No mercado de bônus, o juro do título espanhol de 10 anos caiu de 1,689% ontem para 1,658%, com mais investidores optando por comprar a dívida pública espanhola. Já o rendimento do Bund alemão de 10 anos avançou de 0,443% para 0,465%, com o spread entre os juros dos títulos alemão e espanhol passando para 119,3 pontos-base, de acordo com a Tradeweb.

O arrefecimento das questões com a Catalunha não gerou, no entanto, uma maré de otimismo nos mercados europeus. Na França, os investidores adotaram um movimento de cautela depois que os nove principais sindicatos do setor público do país entraram em greve como forma de protesto contra o governo do presidente Emmanuel Macron, que deseja implementar uma ampla reforma trabalhista para impulsionar a economia francesa. Na Bolsa de Paris, o índice CAC-40 fechou em queda de 0,02%, aos 5.362,41 pontos.

Em Frankfurt, o índice DAX fechou em alta de 0,17%, aos 12.970,68 pontos, com o Commerzbank subindo 1,08% e o Deutsche Bank avançando 0,10%. Já as altas dos bancos italianos Unicredit (+2,06%) e Banco BPM (+4,80%) proporcionaram avanço de 0,97% ao índice FTSE-Mib, da bolsa de Milão, aos 22.552,21 pontos. O índice PSI-20, da bolsa de Lisboa, por sua vez, fechou em 0,56%, aos 5.439,32 pontos.

No Reino Unido, o foco continua na saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit). O índice FTSE-100 fechou em baixa de 0,06%, aos 7.533,81 pontos, enquanto o ministro britânico para o Brexit, David Davis, e o principal negociador da UE para a questão, Michel Barnier, continuam a renegociar o acordo nesta semana. (Com informações da Dow Jones Newswires)