As bolsas da Europa fecharam em queda nesta sexta-feira, 21, dia em que o avanço do coronavírus pelo mundo continuou a preocupar investidores. Mesmo com a divulgação de indicadores positivos referentes à zona do euro, o índice encerrou com baixa de 0,58%, a 427,70 pontos, com perda semanal de 0,65%.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, alertou que a janela de oportunidades para conter o coronavírus está se estreitando.

A entidade demonstrou particular preocupação com a situação na Coreia do Sul, que se tornou o segundo país com mais casos da doença, e no Irã, onde 18 pessoas foram diagnosticadas com o vírus em dois dias, com 4 mortes.

Na China, são 75.567 registros de infectados, com 2.239 mortes. No resto do mundo, 1.152 pacientes foram identificados com o coronavírus, entre os quais oito morreram. “Estamos preocupados com o número de casos sem uma conexão epidemiológica clara, como histórico de viagem à China”, disse Tedros.

O noticiário sobre o surto derrubou os mercados acionários europeus. Na Bolsa de Londres, o FTSE 100 fechou em baixa de 0,44%, a 7.403,92 pontos, embora a leitura do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do Reino Unido tenha surpreendido analistas, ficando estável em 53,3 em fevereiro.

“Há dúvidas sobre quanto tempo esse renovado otimismo poderá durar ou sobre até que ponto ele se traduzirá nos dados oficiais de atividade”, avalia o ING, em relatório enviado a clientes.

Na Alemanha, o PMI de fevereiro caiu levemente, de 51,2 em janeiro para 51,1, mas ficou acima da marca de 50, sugerindo expansão na maior economia europeia. No entanto, a queda do PMI de serviços, de 54,2 para 53,3 no mesmo mês, foi maior do que previa o mercado. Em Frankfurt, o índice DAX recuou 0,62%, a 13.579,33 pontos.

O PMI da zona do euro, também divulgado nesta sexta, subiu a 51,6 em fevereiro, o maior nível em seis meses. Já a inflação anual da região ganhou força em janeiro, chegando a 1,4%, de acordo com a Agência de Estatísticas da União Europeia, a Eurostat. Mas, para a Pantheon Macroeconomics, apesar de positivo, os dados devem ser interpretados com cautela. “O crescimento econômico e o desemprego eventualmente serão abalados pelo coronavírus”, prevê a consultoria.

Em Paris, o CAC 40 caiu 0,54%, a 6.029,72 pontos. Os papeis da Renault, uma das montadoras mais dependentes da demanda chinesa, caíram 2,99% no mercado francês. Já em Milão, o FTSE MIB recuou 1,22%, a 24.773,15.

Na Bolsa de Madrid, a queda do IBEX 35 foi de 0,45%, a 9.886,20 pontos, enquanto, em Lisboa, o PSI 20 também perdeu 0,45%, a 5.387,00.