Os mercados acionários europeus encerraram o pregão desta terça-feira majoritariamente em queda. Os índices subiam mais cedo, apoiados por perspectivas positivas sobre a disputa comercial entre Estados Unidos e China, mas perderam força após o presidente americano, Donald Trump, fazer críticas à potência asiática na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o que piorou o humor.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou o dia em queda de 0,52%, aos 385,90 pontos.

Trump reiterou que não pretende aceitar um acordo comercial com a China que seja negativo para os americanos, além de acusar novamente o país de manipulação cambial. A postura do líder dos EUA piorou o humor nas bolsas dos dois lados do Atlântico. Mais cedo, chegou a haver mais otimismo, após o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, confirmar que a próxima rodada de negociações comerciais com a China ocorrerá em duas semanas e dizer que houve progresso nas reuniões entre representantes na semana passada.

Além disso, foi monitorada a decisão da Suprema Corte do Reino Unido de considerar a suspensão do Parlamento local pelo premiê Boris Johnson como ilegal. A libra se fortaleceu com a notícia, o que tende a pressionar ações de exportadoras britânicas. O índice FTSE-100 fechou em queda de 0,47% em Londres, a 7.291,43 pontos. Johnson está em Nova York, onde participa do evento da ONU, e tem dificuldades para chegar a um acordo com a União Europeia sobre a saída de seu país do bloco (Brexit). Para a consultoria Capital Economics, se houver novo adiamento da data do Brexit, certamente teremos nova eleição no Reino Unido.

Em Frankfurt, o índice DAX fechou em baixa de 0,29%, em 12.307,15 pontos, na mínima do dia. Entre os bancos alemães, Deutsche Bank caiu 2,00% e Commerzbank, 0,94%. Na agenda de indicadores, o índice Ifo de sentimento das empresas da Alemanha subiu de 94,3 em agosto para 94,6 em setembro, ante previsão de 94,4 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.

Na bolsa de Paris, o índice CAC-40 registrou queda de 0,04%, a 5.628,33 pontos. A petroleira Total caiu 1,89% e, entre os bancos, Crédit Agricole cedeu 1,44% e Société Générale, 1,65%. Por outro lado, Engie subiu 1,60% e Air France-KLM, 0,26%.

O índice FTSE-MIB, da bolsa de Milão, teve alta de 0,01%, a 21.901,01 pontos. Os bancos italianos também se saíram mal, com Intesa Sanpaolo (-0,49%), BPM (-1,49%) e UniCredit (-0,82%). A montadora Fiat Chrysler perdeu 2,03%, mas a Enel registrou ganho de 1,45%.

Em Madri, o índice IBEX-35 avançou 0,27%, a 9.118,20 pontos. O ING, porém, advertiu em relatório que a economia da Espanha perde fôlego, em meio a um quadro de paralisia política. O país terá nova eleição em 10 de novembro e o banco acredita que o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) deve liderar o próximo governo. Em Lisboa, o PSI-20 recuou 0,35%, a 4.955,87 pontos, encerrando a jornada na mínima do dia.