Os mercados acionários da Europa fecharam em queda as negociações desta sexta-feira, 17, pressionados pela retomada das tensões entre Estados Unidos e Turquia, com a possível imposição de novas sanções americanas contra autoridades turcas, além da atenção às discussões sobre o orçamento em solo italiano. A Bolsa de Londres, no entanto, foi a exceção e encerrou o pregão em leve alta. O índice Stoxx-600 registrou queda de 0,13%, aos 380,92 pontos, e recuo semanal mais acentuado, de 1,28%.

Em Paris, o índice CAC 40 recuou 0,08%, para 5.344,93 pontos, e queda semanal de 1,29%. Na Bolsa de Frankfurt, o DAX apresentou baixa de 0,22%, para 12.210,55 pontos, e recuo de 1,72% na semana. Nos ibéricos, o índice Ibex 35, de Madri, caiu 0,11%, aos 9.417,30 pontos, e recuo semanal de 1,92%, enquanto o PSI 20, de Lisboa, registrou baixa de 0,47%, para 5.461,30 pontos, e queda de 2,97% na semana.

As tensões com a Turquia, que pressionaram as bolsas europeias durante a semana, voltaram ao radar nesta sexta, desta vez monitorando a possível imposição de novas punições dos EUA ao país. Um recurso que pedia a libertação do pastor americano Andrew Brunson foi novamente negado nesta sexta por um tribunal turco, mesmo depois de o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, ter afirmado na quinta que estava pronto para impor novas sanções caso o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, se recuse a libertar Brunson rapidamente.

Em uma declaração durante a manhã, o presidente dos EUA, Donald Trump, reforçou que a Turquia fez uma “acusação falsa” contra o pastor e que ele deveria ser libertado logo. Em meio ao cenário, a moeda turca voltou a recuar ante o dólar, que chegou a ser cotado a 6,260 liras nesta manhã, de 5,8356 liras no fim da tarde de quinta.

Os investidores acompanharam ainda a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, que apresentou avanço de 2,1% na comparação anual de julho, segundo a leitura final da agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat.

O núcleo do indicador, no entanto, subiu 1,1% na mesma base comparativa, resultado ainda inferior à meta do Banco Central Europeu (BCE), que é de uma taxa ligeiramente inferior a 2%.

A Bolsa de Milão liderou as perdas no Velho Continente. O índice FTSE MIB recuou 0,53%, aos 20.415,27 pontos, e queda semanal de 3,20%, à medida que continuam as preocupações com o orçamento do próximo ano fiscal. Analistas apontam que a queda de uma ponte em Gênova pode gerar ainda mais custos e tornar mais provável que o país descumpra as regras fiscais da União Europeia (UE).

As negociações para a saída do Reino Unido da UE, no entanto, que foram retomadas nesta semana também foram monitoradas pelos agentes, embora grandes novidades sobre o processo não tenham sido divulgadas. Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 destoou das demais praças, ao apresentar alta de 0,03%, para 7.558,59 pontos, embora o resultado semanal tenha apresentado recuo, de 1,14%.