As Bolsas da Europa fecharam em alta nesta quinta-feira, 23, com exceção de Londres, que registrou um leve um recuo. Em geral, o pregão foi de apetite por ações, em meio à redução dos temores com a crise enfrentada pela incorporadora chinesa Evergrande. Os investidores também absorveram a sinalização do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), na quarta-feira, 22, de que deve anunciar a redução das compras de ativos em novembro.

Nesse cenário, o índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou o dia com ganho de 0,93%, a 467,50 pontos. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,07%, a 7.078,35 pontos.

Segundo o analista-chefe de mercados da CMC Markets, Michael Hewson, a fraqueza da Bolsa de Londres hoje pode ser atribuída ao aumento “acentuado” da libra. A moeda britânica se valorizou a após a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).

O BoE manteve nesta quinta-feira a taxa básica de juros em 0,10% e o tamanho do seu programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês) em 895 bilhões de libras. No entanto, dois dirigentes, Michael Saunders e Dave Ramsden, votaram a favor de uma redução das compras de ativos.

Para o TD Securities, o BOE deve realizar duas elevações de juros em 2022. Na visão da Capital Economics, a instituição mostrou que está mais próxima de apertar a política monetária, cenário que favorece a libra.

Em geral, contudo, o pregão teve viés positivo no Velho Continente. O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, subiu 0,88%, a 15.643,97 pontos. As ações da Volkswagen ganharam 1,04% e as do Deutsche Bank, 1,67%.

Em Paris, o CAC 40 avançou 0,98%, a 6.701,98 pontos, com ganho de 2,83% nos papéis da Renault e de 2,58% nos do Société Générale.

O FTSE MIB, de Milão, por sua vez, teve ganho de 1,41%, a 26.081,13 pontos.

O apetite por ações ocorre em meio a uma redução das preocupações com a Evergrande, a gigante chinesa do setor imobiliário que enfrenta problemas de liquidez, apesar de os riscos continuarem no radar do mercado.

Esse otimismo prevaleceu mesmo após a divulgação de indicadores econômicos que mostraram uma desaceleração da retomada econômica na Europa. Os índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) compostos do Reino Unido e da Alemanha recuaram ao menor nível em sete meses em setembro, enquanto o PMI composto da zona do euro caiu à mínima em cinco meses no mesmo período.

Nas praças ibéricas, o índice PSI 20, de Lisboa, registrou alta de 1,29%, a 5.457,53 pontos, e o Ibex 35, de Madri, subiu 0,78%, a 8.876,90 pontos.