As principais bolsas da Europa acumularam perdas na semana, influenciadas pela permanente tensão comercial e pelas incertezas relacionadas a mercados emergentes. O impasse orçamentário na Itália também foi monitorado pelos agentes. O índice pan-europeu Stoxx 600 foi para 373,77 pontos, leve avanço diário de 0,08%, mas queda semanal de 2,55%.

O risco comercial voltou a rondar o sentimento do investidor europeu ao longo da semana. O diálogo entre Estados Unidos e China empacou, especialmente por causa de alguns produtos agropecuários. Ao mesmo tempo, os dois lados aumentaram a beligerância.

Hoje pela manhã, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, disse que as negociações com a China “têm sido insatisfatórias”, mas ponderou que espera que elas progridam nas próximas horas.

Ontem, o governo da China reiterou que pretende retaliar, caso os Estados Unidos concretizem sua ameaça de impor tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses.

Entre os investidores globais o temor é que a escalada comercial comece a impactar a recuperação econômica, que ganhou tração nos últimos anos especialmente com o fôlego em países desenvolvidos.

As incertezas com emergentes seguram sendo monitoradas pelos agentes europeus. A queda das moedas de Brasil, Turquia e Argentina também preocupam, sob o risco de um contágio a outras nações.

A Bolsa de Frankfurt terminou a sessão desta sexta-feira em 11.959,63 pontos, leve avanço diário de 0,04%, mas perda semanal de 3,27%. A de Madri encerrou em 9.171,20 pontos, queda de 0,41% nesta sexta-feira e semanal de 2,42%. A de Lisboa foi para 5.232,99 pontos, recuo respectivo de 0,55% e 3,50%.

Em Paris, o índice CAC 40 teve ganho diário de 0,16%, para 5.252,22 pontos, mas perda semanal de 3,32%. Em Londres, o FTSE 100 terminou em 7.277,20 pontos, queda diária de 0,56% e na semana de 2,08%.

Por sua vez, a questão orçamentária da Itália deu certo alívio nos últimos dias. Na quarta-feira, o primeiro-ministro Giuseppe Conte afirmou que o governo segue trabalhando nos detalhes de um plano financeiro que “mantenha as contas em ordem” e permita ao país buscar “um relançamento completo no nível socioeconômico”.

Não por acaso, a Bolsa de Milão foi a única das principais europeias a ter ganho semanal. O índice FTSE Mib terminou a semana em 20.447,69 pontos, alta semanal de 0,88% e perda diária de 0,39%.

O recuo na sessão italiana ocorreu devido à baixa generalizada de bancos no continente europeu hoje. A perda foi capitaneada pelo Deutsche Bank, que cedeu 1,45% na sessão após relatos de que o conglomerado chinês HNA estuda vender a participação de 7,6% que tem na instituição.

Na esteira, o banco espanhol Santander caiu 1,19%, o italiano Intesa Sanpaolo recuou 1,63%, o português BCP perdeu 2,68% e o inglês HSBC Holdings cedeu 0,80%. (com Dow Jones Newswires)