As bolsas asiáticas tiveram enfim, nesta quinta-feira, um pregão de alta sincronizada, tirando, em meio à rápida escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, algum consolo da informação de que as exportações deste último país subiram à surpreendente taxa de 3,3% na comparação anual de julho, quando economistas consultados pelo Wall Street Journal esperavam recuo de 2%. Esse foi um dos principais fatores a motivar investidores na busca por barganhas após uma queda acelerada dos preços de ativos desde que o presidente americano, Donald Trump, anunciou na última quinta-feira que imporá uma nova rodada de tarifas contra a China a partir de 1º de setembro.

Na Bolsa de Tóquio, o índice Nikkei subiu 0,37%, para 20.593,35 pontos. Em solo chinês, o Xangai Composto avançou 0,93%, para 2.794,55 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto terminou o pregão em alta de 1,01%, com 1.498,95 pontos.

Já na Bolsa de Seul, o índice Kospi interrompeu seis pregões seguidas no vermelho e ganhou 0,57%, a 1.920,61 pontos. Ações do setor de construção foram destaque graças à busca por barganhas na sequência da fraqueza recente. Os mercados podem conseguir algum alívio no front da disputa comercial ente Coreia do Sul e Japão à medida que Tóquio não impôs novas restrições a exportações no seu plano de ação anunciado hoje, disse o analista da NH Investment & Securities No Dong-kil.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, teve alta de 0,48%, para 26.120,77 pontos, enquanto o australiano S&P/ASX 200 subiu 0,75%, para 6.568,10 pontos, na segunda sessão consecutiva com variação positiva.

Ainda seara dos indicadores comerciais da China, apesar de terem caído 5,6% na comparação anual de julho, as importações sofreram recuo menor que o previsto pelos economistas, de 9%. O superávit comercial geral do país asiático caiu a US$ 45,06 bilhões no mês passado, abaixo dos US$ 50,98 bilhões observados em junho mas, ainda assim, maior que os US$ 38,7 bilhões projetados.

Um outro fator acompanhado por investidores é o reforço, após decisões neste sentido pelos bancos centrais na Nova Zelândia, na Índia e na Tailândia, de que está se espraiando uma onda global de afrouxamento monetário. Ontem, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Chicago, Charles Evans, afirmou que a instituição pode ter de dar mais estímulo do que o definido na semana passada caso as tensões crescentes no comércio levem a uma desaceleração mais aguda da economia americana.