As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta terça-feira, em meio a sinais de obstáculos para a retomada das negociações comerciais entre Estados Unidos e China e o turbulento cenário político no Reino Unido, que ainda não definiu como será o chamado Brexit, processo para que os britânicos deixem a União Europeia.

Ontem, a China entrou com processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar as últimas tarifas dos EUA contra bens chineses, que passaram a valer no domingo (01) e atingem US$ 112 bilhões em importações. Em retaliação, também no fim de semana, Pequim passou a tarifar parte de uma lista de US$ 75 bilhões em produtos americanos.

Segundo a Bloomberg, EUA e China vêm enfrentando dificuldades para definir as datas de um encontro bilateral previsto neste mês para tratar de divergências no comércio. O problema teria ocorrido após Washington rejeitar um pedido dos chineses de adiar as tarifas que entraram em vigor no fim de semana.

Apesar das incertezas da disputa sino-americana, os mercados chineses tiveram ganhos moderados hoje, impulsionados principalmente por ações de tecnologia. Em comunicado no domingo, o Conselho Estatal da China, que corresponde ao gabinete do país, atribuiu “grande importância” ao desenvolvimento dos setores de alta tecnologia e de infraestrutura. O índice Xangai subiu 0,21% hoje, a 2.930,15 pontos, e o Shenzhen Composto avançou 0,66%, a 1.625,56 pontos.

Já o Nikkei ficou praticamente estável em Tóquio, com alta marginal de 0,02%, a 20.625,16 pontos, à medida que ganhos de ações de corretoras e de montadoras compensaram perdas no setor de eletrônicos.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng caiu 0,39% em Hong Kong, a 25.527,85 pontos, num momento em que o território semiautônomo enfrenta manifestações populares em vários fins de semana consecutivos, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 0,18% em Seul, a 1.965,69 pontos, após dois pregões de valorização, e o Taiex registrou baixa de 0,72% em Taiwan, a 10.558,21 pontos.

Investidores da região asiática também acompanham a intrincada questão do Reino Unido. Oposicionistas no Parlamento britânico devem tentar aprovar hoje leis no Parlamente para bloquear a possibilidade de um Brexit sem acordo. Já o primeiro-ministro Boris Johnson, que defende que o Brexit ocorra na data final de 31 de outubro com ou sem acordo, ameaça convocar eleições antecipadas.

Na Oceania, a bolsa australiana fechou em leve baixa, influenciada principalmente por grandes mineradoras. O S&P/ASX 200 teve ligeira queda de 0,09% em Sydney, a 6.573,40 pontos. Mais cedo, o Banco Central da Austrália (RBA, pela sigla em inglês) decidiu manter sua taxa básica de juros na mínima histórica de 1%, mas sinalizou que poderá voltar a reduzi-la, como fez em junho e julho, caso o mercado de trabalho se enfraqueça ou a economia doméstica desacelere. Com informações da Dow Jones Newswires.