As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta sexta-feira, com investidores ainda apreensivos com as desavenças comerciais entre EUA e China e à espera de uma decisão de grandes produtores de petróleo sobre a oferta da commodity.

Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 0,78%, a 22.516,83 pontos, influenciado pela recuperação de ontem do iene ante o dólar, embora a moeda japonesa tenha voltado a se enfraquecer nesta madrugada. Na semana, a perda acumulada do Nikkei foi de 1,47%, a maior em um mês.

Já na China, os mercados encerraram uma semana ruim em tom positivo. O Xangai Composto subiu 0,49%, a 2.889,76 pontos, após atingir mínima em dois anos no pregão anterior, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 1,21%, a 1.597,39 pontos. O Xangai, porém, teve desvalorização de 4,4% na semana e registrou sua quinta perda semanal consecutiva, o que não ocorria desde dezembro.

Nos últimos dias, os negócios na Ásia foram pressionados por desdobramentos da rixa comercial entre Washington e Pequim. No começo da semana, os EUA ameaçaram adotar tarifas de 10% contra até US$ 400 bilhões em bens chineses se Pequim retaliar suas medidas comerciais. Antes disso, há uma semana, Washington anunciou planos de tarifar em 25% um total de US$ 50 bilhões em produtos chineses. Na ocasião, Pequim disse que retaliaria na mesma proporção.

Entre outras bolsas asiáticas, o Hang Seng apresentou leve alta de 0,15% em Hong Kong, a 29.338,70 pontos, e o sul-coreano Kospi avançou 0,83% em Seul, a 2.357,22 pontos, mas o Taiex cedeu 0,38% em Taiwan, a 10.899,28 pontos. Ao longo da semana, o Hang Seng, o Kospi e o Taiex acumularam perdas de 3,2%, 1,9% e 1,7%, respectivamente.

Há expectativa também para o resultado de uma reunião de cúpula que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros dez produtores que não integram o cartel iniciaram nesta sexta, em Viena. Nas últimas semanas, Arábia Saudita e Rússia vinham defendendo um aumento na produção combinada do grupo, uma vez que os preços do petróleo recentemente atingiram os maiores níveis em três anos e meio. O Irã, porém, afirma ser contrário a um eventual acréscimo na oferta de petróleo.

Por um acordo que está em vigor desde o começo do ano passado, a Opep e aliados têm procurado reduzir sua produção conjunta em cerca de 1,8 milhão de barris por dia (bpd). Ontem, os sauditas propuseram um aumento de 1 milhão de bpd, que, na prática, reduziria os atuais cortes na oferta a 800 mil bpd.

Na Oceania, a bolsa australiana interrompeu sua recuperação recente, apesar da continuidade do bom desempenho de ações de grandes bancos domésticos. O S&P/ASX 200 caiu 0,11% em Sydney, a 6.225,20 pontos, mas acumulou valorização de 2,15% na semana, a maior desde novembro de 2016. Com informações da Dow Jones Newswires.