As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta terça-feira, com investidores mostrando cautela com a escalada das tensões no Oriente Médio e à espera do anúncio de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) nesta semana.

Os mercados chineses tiveram as perdas mais acentuadas hoje. O índice Xangai Composto recuou 1,74%, a 2.978,12 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto registrou queda de 2%, a 1.651,35 pontos.

O mau humor na China veio após o PBoC – como é conhecido o BC local – manter os juros de empréstimos de um ano, apesar de recentes indicadores fracos mostrarem crescente pressão sobre a segunda maior economia do mundo. O PBoC injetou hoje 200 bilhões de yuans (US$ 28,3 bilhões) em recursos de um ano no sistema bancário do país, mas cobrou a mesma taxa de 3,3% de operações anteriores, num sinal de que pretende manter o crédito em nível adequado, mas sem se exceder na concessão de estímulos.

Além disso, dados oficiais mostraram que o avanço anual médio dos preços de novas moradias na China desacelerou de 10,1% em julho para 9,1% em agosto.

Como resultado, ficou em segundo plano notícia de que o vice-ministro de Finanças chinês, Liao Min, chegará a Washington com uma delegação de autoridades nesta quarta-feira (18) para iniciar os preparativos das negociações comerciais previstas para outubro entre EUA e China.

Investidores na Ásia continuam monitorando o impacto dos ataques do fim de semana a instalações petrolíferas da Arábia Saudita, que levaram os preços do petróleo a saltar quase 15% ontem, e aguardam a reunião de política monetária do Fed, que começa mais tarde e será concluída amanhã. A dúvida é se o Fed irá de fato cortar juros em mais 25 pontos-base, como se previa até a semana passada, após a disparada nas cotações do petróleo.

Em Hong Kong, o Hang Seng caiu 1,23% hoje, a 26.790,24 pontos, após a Moody’s alterar a perspectiva do rating Aa2 do território semiautônomo de estável para negativa, na esteira dos violentos protestos locais que tiveram início há mais de três meses.

Em outras partes da região asiática, o japonês Nikkei subiu 0,06% em Tóquio, a 22.001,32 pontos, após voltar de um feriado, e o sul-coreano Kospi exibiu alta marginal de 0,01% em Seul, a 2.062,33 pontos, garantido o oitavo pregão seguido de ganhos, mas o Taiex recuou 0,22% em Taiwan, a 10.874,50 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no azul pela quinta sessão consecutiva, sustentada por ações de petrolíferas e de grandes bancos domésticos. O S&P/ASX 200 avançou 0,33% em Sydney, a 6.695,30 pontos, atingindo o maior patamar desde o início de agosto. Com informações da Dow Jones Newswires.