As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta sexta-feira, com investidores acompanhando de perto a crescente polêmica em torno do status de Hong Kong, assunto que ajudou a deteriorar ainda mais a relação entre EUA e China desde a semana passada, e na expectativa para uma coletiva de imprensa do presidente americano, Donald Trump.

O índice acionário japonês Nikkei teve modesta queda de 0,18% em Tóquio hoje, a 21.877,89 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 0,74% em Hong Kong, a 22.961,47 pontos, e o Taiex registrou perda marginal de 0,02% em Taiwan, a 10.942,16 pontos.

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Na China continental, por outro lado, as bolsas se valorizaram com esperanças de que Pequim adote medidas de estímulo adicionais para aliviar o impacto da pandemia de coronavírus no país, onde a doença teve origem. O Xangai Composto subiu 0,22%, a 2.852,35 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,95%, a 1.786,51 pontos.

Ontem, no encerramento da reunião anual do legislativo chinês, o primeiro-ministro Li Keqiang disse que Pequim tem espaço para agir com suas políticas fiscal e monetária caso ocorra nova deterioração da economia doméstica.

A bolsa sul-coreana também ficou no azul nesta sexta, com ligeiro ganho de 0,05% do Kospi, a 2.029,60 pontos.

O clima, no entanto, é de cautela em meio às tensões entre EUA e China, que se arrastam há meses por causa da covid-19 e que ganharam força após Pequim se mobilizar para impor uma nova lei de segurança nacional a Hong Kong. O Congresso chinês aprovou na madrugada de ontem uma resolução autorizando seu Comitê Permanente a elaborar a legislação. Horas mais tarde, Trump disse que fará nesta sexta uma coletiva de imprensa para “falar sobre a China”, o que tem ajudado a gerar apreensão nos mercados financeiros.

Na Oceania, a bolsa australiana sentiu o impacto do conflito sino-americano, e o S&P/ASX 200 caiu 1,63% em Sydney, a 5.755,70 pontos.