A expectativa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que a reforma da Previdência poderá ser aprovada em dois turnos no Plenário da Câmara antes do início do recesso parlamentar, no dia 18, impulsiona a Bolsa brasileira nesta segunda-feira, 8. No entanto, a agenda econômica carregada na semana, o viés negativo das bolsas internacionais nesta manhã e o feriado em São Paulo nesta Terça-feira (9) limitam os ganhos do Ibovespa e ainda o volume negociado.

Nesta terça-feira, a B3 e os mercados futuros de câmbio e de juros ficam fechados pelo feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 no Estado de São Paulo. Haverá negócios apenas com dólar em outras praças do País.

“O otimismo das lideranças políticas sobre a aprovação da reforma da Previdência pode manter a tendência de alta das últimas semanas”, estima em nota a MCM Consultores. Às 10h47 desta segunda, o Ibovespa subia 0,31%, aos 104.410,56 pontos.

No fim de semana, Maia e membros da equipe econômica se reuniram para acertar os detalhes da votação. O presidente da Câmara evitou falar em números, mas o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que já há cerca de 330 votos, ou até mais, e que o governo “está com o pé no chão.” A reforma precisa de 308 votos para ser aprovada.

Já o presidente Jair Bolsonaro não quis se comprometer com nenhum placar para a Previdência, mas admitiu que disputará a reeleição. Pesquisa Datafolha desta segunda-feira mostra que 33% da população considera o trabalho do presidente ótimo ou bom, enquanto 31% avaliam como regular e outros 33%, como ruim ou péssimo.

Maia pretende começar a votação nesta terça, com o início da discussão da Proposta de Emenda Constitucional (PEC). A votação do texto base e dos seus destaques deverá se iniciar na Quarta-feira, 10. Antes de começar os trabalhos de votação, será necessário derrubar o interstício de cinco sessões entre a aprovação na Comissão Especial e o início da votação no plenário.

“A maior dúvida diz respeito às aposentadorias dos policiais e professores, que receberam um apoio relevante”, ressalta a MCM.

Enquanto aqui o foco é a Previdência, no exterior seguem as preocupações com a atividade mundial após os dados fortes do mercado de trabalho de junho dos EUA. O indicador acima do esperado, cita o Bradesco, enfraquece a narrativa de desaceleração da economia norte-americana, o que levaria o Fed a realizar cortes nos juros de forma agressiva ao longo do ano.

“Assim, a percepção é de que uma nova rodada ‘dovish’ (de cortes de juros) em nível global se torna mais difícil, o que aumenta a preocupação com economias que vêm frustrando em dados do lado real da economia”.

Os investidores também estão atentos ao petróleo, diante das tensões entre EUA e Irã. Nesta segunda, os contratos da commodity no exterior operam em queda.