O Ibovespa acentuou ganhos à tarde, a partir das 15h, e voltou a operar nesta quarta-feira, 12, acima dos 117 mil pontos, nos maiores níveis intradia desde a última quinta-feira, beneficiado pelo vencimento de opções e futuros sobre o índice, ocasião em que, mais uma vez, os comprados se impuseram aos vendidos – a escalada, contudo, perdeu dinamismo na última hora de negócios, em dia no qual o dólar à vista fechou em nova máxima nominal, a R$ 4,3510 (+0,57%). Assim, após um ganho de 2,49% ontem, o principal índice da B3 fechou a sessão desta quarta-feira em alta de 1,13%, a 116.674,13 pontos, em recuperação pelo segundo dia, tendo fechado anteontem no menor nível desde 16 de dezembro.

Hoje, o índice oscilou entre mínima de 115.371,20 e máxima de 117.580,93 pontos, perdendo parte do vigor a partir das 17h. Na semana, acumula agora ganho de 2,55%, praticamente o mesmo avanço do mês (+2,56%) – no ano, a alta até aqui é de apenas 0,89%. O giro financeiro totalizou R$ 74,6 bilhões nesta sessão, reforçado perto do fechamento, como é típico dos dias de vencimento de opções e futuros sobre o Ibovespa, na medida em que o ajuste final, entre comprados e vendidos, ocorre pelo índice à vista no encerramento.

“No início do dia, havia 270 mil contratos em aberto de gringos, vendidos, enquanto os investidores institucionais daqui – fundos mútuos e de pensão – estavam em posição comprada. É briga de cachorro grande, e a partir de amanhã vai dar para saber qual foi a zeragem ou rolagem”, diz um operador, observando que o Ibovespa se manteve no “lusco-fusco” até as 15h, quando se impôs o movimento do vencimento de opções e contratos futuros sobre o índice.

O dia positivo no exterior, em ações e commodities, contribuiu no ajuste para os comprados. “A ata do Copom trouxe alguma expectativa de que os juros podem seguir em queda, após o comunicado da semana passada ter indicado interrupção do ciclo. Assim, dá para entender como mesmo as ações de varejo subiram hoje, apesar da fraca leitura sobre as vendas do setor”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

Nesta quarta-feira, os dados domésticos mais uma vez vieram fracos, abaixo do esperado para as vendas do varejo em dezembro, o que induziu novo ajuste, de baixa, na curva de juros – movimento que acabou perdendo intensidade no fim do dia. Ainda assim, a leitura sobre o varejo realimenta a perspectiva do mercado de que o enfraquecimento da atividade econômica, com inflação ainda contida apesar da pressão no dólar, pode levar o BC a reconsiderar a indicação inicial de pausa no ciclo de redução dos juros, dada ao fim da reunião do dia 5, quando a Selic foi colocada em nova mínima histórica, a 4,25%.

No exterior, em meio ao enfraquecimento dos temores sobre o coronavírus, avançaram pelo segundo dia o petróleo (+3,30% no Brent de abril) e o minério de ferro (+0,86% em Qingdao, após ganho de 4,89% ontem), mantendo as ações de commodities em recuperação por aqui, com Petrobras PN em alta de 2,20% e a ON, de 1,69%, no fechamento. Vale ON avançou 1,96%.

Entre as siderúrgicas, destaque para alta de 2,04% para CSN ON. O setor de papel e celulose, outro com exposição à demanda chinesa, também se destacou na sessão, com Suzano ON em alta de 3,92% e Klabin, de 4,52%. Entre as ações do setor de varejo, Via Varejo subiu 2,53% e Magazine Luiza ganhou 3,08%.