São Paulo, 22 – A Bolsa de Comércio de Rosario (BCR) reduziu em 5,5 milhões de toneladas a sua previsão de produção de soja da Argentina em 2017/18 para 46,5 milhões de toneladas. Até janeiro, a bolsa previa 52 milhões de toneladas. A área plantada com soja foi ajustada de 18,5 milhões para 18 milhões de hectares.

Segundo a bolsa, a falta de umidade se acentuou em fevereiro e deixou importantes regiões produtoras da Argentina sob condições de estresse hídrico graves em um período de definição do rendimento de soja.

A entidade destacou que, desde o relatório de janeiro até agora, as condições de seca se agravaram. Falta de chuva, ventos e altas temperaturas aumentaram o estresse hídrico semana a semana. “Isso afetou a soja primeiro em seus períodos de floração, formação de vagens e enchimento de grãos, provocando abortamento de flores, vagens e folhas. Na última semana, mesmo nas áreas mais favorecidas há um aumento progressivo de morte de plantas.”

O cenário crítico, conforme a bolsa, ocorre no centro de Buenos Aires, centro-norte de Santa Fe, norte de Entre Ríos, La Pampa e norte de Córdoba. Já no norte do país, pelo contrário, as chuvas foram intensas, e as lavouras estão em boa situação.

A bolsa também reduziu a previsão de produção de milho para 35 milhões de toneladas, ante 39,9 milhões de toneladas projetados no mês anterior. “A falta de água predominou em janeiro, mas o milho plantado em datas tradicionais cumpriu seus estágios finais auxiliado pelas reservas de água nas camadas mais profundas do solo. Mas, em fevereiro, longe de se atenuarem os problemas por causa da falta de água, se acentuaram as condições de seca.”

O milho plantado mais tarde pode ter comprometimento de 30% a 60% do potencial de rendimento, segundo a bolsa, e é fundamental que as chuvas retornem nos próximos sete dias.