A Boeing reportou nesta quarta-feira uma alta nos lucros do primeiro trimestre e aumentou suas projeções para o resto do ano, após um grande desempenho na aviação comercial e nos programas de defesa.

A gigante aeroespacial informou lucros de 2,5 bilhões de dólares no primeiro trimestre, 56,9% a mais que no período do ano anterior. As receitas subiram 6,5%, a 23,4 bilhões.

Os resultados refletem o bom estado da aviação comercial, com a indústria das companhias aéreas se beneficiando de um período financeiro mais estável e da popularização das viagens de avião no Oriente Médio, na Ásia e em outras regiões em desenvolvimento.

Por ser um importante ator na China, a Boeing foi vista como vulnerável a uma guerra comercial entre Estados Unidos e o gigante asiático – uma possibilidade que preocupou Wall Street no começo do mês, mas foi suavizada diante de uma retórica mais suave entre Washington e Pequim.

No trimestre encerrado em 31 de março, a empresa registrou também mais pedidos de aviões comerciais comparado ao mesmo período de 2017. Os modelos que geraram lucros incluem o avião de corredor estreito 737 e o 787 “Dreamliner”.

A empresa tem consultado seus clientes sobre a possibilidade de lançar um avião de “mercado intermediário”, que estaria entre suas naves de fuselagem estreita, com capacidade para 200 pessoas, e as de fuselagem larga, para cerca de 300.

A companhia também anunciou o aumento da produção do seu avião Boeing 767 de 2,5 a 3 por mês, devido à força do mercado de carga, à medida em que a demanda industrial aumenta.

– Possíveis atrasos no setor militar –

Os lucros na divisão de defesa da Boeing também subiram devido ao forte volume de armamento. A Boeing conseguiu novos negócios no Kuwait e disse que estava progredindo no programa de aeronaves-cisterna KC-46, um contrato de transporte aéreo com a Força Aérea dos EUA, que levou a aumentos de custos inesperados em trimestres anteriores.

Um relatório do Escritório de Contabilidade Governemental americano alertou no início deste mês que as entregas dos primeiros tanques KC-46 poderiam passar para maio a 2019, em vez do cronograma atual de outubro de 2018, citando uma série de riscos que devem ser mitigados.

Outras preocupações sobre a Boeing incluem o status das negociações com a brasileira Embraer sobre uma possível colaboração que deve ter a aprovação do governo brasileiro.

A Boeing também poderia ser afetada se o presidente Donald Trump deixar o acordo nuclear do Irã – que abriu as portas para as vendas de aeronaves comerciais em um país com restrições por sanções.

A Boeing aumentou sua faixa de projeção para 2018, de 13,80 a 14 dólares por ação para 14,30 e 14,50, excluindo os custos de pensão.